sábado, 9 de janeiro de 2010

Os Fiéis e os Infiéis




OS FIÉIS E OS INFIÉIS

A Lei da Intolerância Reeditada

J. Jorge Peralta

A presente reflexão surgiu na minha mente, a partir da prisão de um rapaz nigeriano, que foi impedido de explodir uma bomba, em um avião que, na noite de 25 de Dezembro, viajava para Detroit, nos Estados Unidos, teria causado mais um terrível holocausto, em pleno vôo, na Noite Santa.

Os passageiros foram salvos pela vigilância de alguns.

O rapaz era muçulmano.

Preso, ele declarou-se frustrado e desolado por não ter conseguido matar todos aqueles infiéis, a quem odiava.

Os infiéis, a maioria era cristã.

Por um momento dei-me conta do que há muito sabia:

A humanidade ainda não se libertou do flagelo do fanatismo, da intolerância cruel, nem em nível religioso.

O desejo da harmonia e da tolerância e da convivência pacífica, entre todos os povos; o sonho da igualdade, na diversidade; o sonho da não discriminação de ninguém, por motivos de religião, nação, etnia ou condição social, ainda não foi muito além de um belo sonho.

Mantém-se em evidência no meio restrito de alguns intelectuais e pensadores.

Implantar as regras de convivência e respeito mútuo está a demorar. Mantém-se como uma proposta, uma esperança e uma bela intenção. Há muito a fazer, por muitos.

Dei-me conta de que, nós os cristãos, somos tratados e apontados pelos muçulmanos, como infiéis. Este conceito lhes é impingido na mente desde criancinhas. Infiéis devem ser dizimados e extintos. É o que eles são condicionados a pensar...

Na Idade Média, a Igreja Cristã também considerava os muçulmanos como infiéis que poderiam ser expulsos e combatidos. Eram outros tempos e outras disputas...

As Igrejas Cristãs, hoje, estabeleceram o diálogo inter-religioso. Será que todos os cristãos já aprenderam a respeitar outras religiões?!

Disso eu não sei. O que sei e sinto é que entre a maioria dos muçulmanos ainda está extinto o diálogo.

No entanto, precisamos saber que, entre os muçulmanos, como entre os cristãos há pensamentos antagônicos quanto à prática religiosa e à convivência no mundo. Há a linha espiritualista e a linha guerreira. A cisão vem desde os sucessores próximos de Maomé. Na Igreja cristã vem desde o Concílio de Nicéia (ano 325).

Para eles nós somos INFIÉIS porque não professamos a religião de Maomé. Lá ainda não chegou o diálogo. Quando essas atrocidades irão cessar?Quando será aplicada a Lei da Tolerância Universal. Aliás, ainda não sabemos ao certo o que é a “lei” da tolerância.

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