quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um Portugal Multiplicado

UM PORTUGAL MULTIPLICADO
NAS FRONTEIRAS DO MUNDO
(Réplica a uma Crônica Equivocada II)

J.JORGE PERALTA


1. O PORTUGAL REAL E O PORTUGAL DA PEQUENEZ


1. Portugal é imensamente maior do que alguns, que se dizem “modernos”, conseguem ver. Parece que alguns dessa geração, que já fez 35 anos, adquiriram alguma miopia intelectual: não conseguem enxergar além das “portas” de sua cidade. Outros não vêem nada além da porta do próprio carro.
Senhores da “geração 25”, escutem um apelo do Portugal Real, a voz da nação:
O Portugal Real está espalhado pelos quatro cantos do mundo, trabalhando em todos os setores da atividade humana. Os portugueses assumem, desde os empregados mais triviais até as grandes Cátedras nas grandes Universidades e centros de pesquisa do mundo, passando pelos criativos inventores, escritores, advogados, administradores e empresários. Todos contribuem para o progresso e bem-estar da sociedade e da humanidade, com seu trabalho competente.
Muitos estudam, fazem pós-graduação, são Mestres e Doutores. São profissionais.
Reparem que há muita vida inteligente além e aquém fronteiras. Deixem de olhar somente para a pequenez. Portugal não termina no final de sua rua... E nem na barra do Tejo, nem nas fronteiras da Espanha.

2. Milhares e milhares de cidadãos portugueses ocupam cargos de alta relevância e se destacam, pelo mundo afora. Como professores, advogados, médicos, cientistas da comunicação, pesquisadores de todas as áreas do conhecimento; como comunicadores da imprensa falada, escrita e televisiva; como ambientalistas; como engenheiros e arquitetos; como artistas, etc, etc. todos cumprem o seu dever e desempenham o seu papel neste Teatro do Mundo.
Srs. Isto não é o Sonho Americano. É sonho muito português. Não é dos últimos 40 anos. É dos últimos 80 anos, ou de sempre.
Os portugueses de sempre aprenderam a superar-se, a superar as próprias carências. Estão presentes em todo o mundo, que também ajudaram a construir. A qualidade deste povo é tal que Camões duvidava “se seria melhor ser do mundo rei se de tal gente”.

3. Senhores, Portugal é muito maior do que alguns pensam. É muito maior do que pode alcançar o parco conhecimento e a visão de alguns, que, por complexo constrangedor, se consideram além do bem e do mal..
Parece que a nossa educação está mesmo precária, em alguns lugares. Mas no Brasil, infelizmente não está melhor... As pessoas desaprendem de ser gente... Perdem o orgulho de ser alguém...
Para muitos, Portugal é o modernoso, fantasioso, artificial, sem alma, apenas usufruindo de uma tecnologia avançada e importada, que o país não criou e nem produziu: carros importados, roupa de marca, uns óculos escuros, para ir à praia, enfim só “perfumaria”. Os óculos escuros são também para não ver os patrícios que no meio do ano retornam à própria terra que ajudaram a desenvolver, com as remessas e construção de novas habitações que aí deixam. (Ao menos é o que revela a conhecida e lastimável crônica).

Nota: Neste texto, “modernos”, “geração 25” ou é o modo como designamos algumas pessoas de porte arrogante e de pouco estudo, empolados, fúteis, seguidores fiéis dos cânones da propaganda de certa política vigente. Correspondem quase ao que há tempos, a imprensa brasileira chamava “Ricardão”.
“Geração 25”, com outros nomes, existe em todos os países da civilização ocidental: uma espécie de “Geração meio Perdida”, sem rosto, cuja ideologia atinge uma parte considerável da juventude atual.
As marcas dessa “geração 25” quase independem de nações ou de partidos políticos. Os partidos no poder não podem ser responsabilizados por todas as mazelas da sociedade, da qual eles mesmos são tributários.

4. Deixo aqui consignado o meu pensamento, em questões políticas: Penso e analiso pontos cruciais, evitando posicionamentos partidários. Penso apartidariamente. Profissionalmente sou cientista da linguagem, o que não me impede de errar em questões práticas. Aqui todos podemos errar...
Aliás deixo claro que tenho bons amigos que militam em diversos partidos. Penso que a nação é de todos, e todos merecem respeito, ainda quando, com lealdade, possamos discordar de suas posições.
www.portaldalusofonia.com.br/poderpolitico.html
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Um comentário:

INSTITUTO TROPICAL disse...

to a ninguém de dizer e de pensar.

3. Sou um pensador independente. Penso na nação, apartidariamente.
Fiz uma crítica independente, como é feita dentro das agremiações partidárias ao fazerem auto-crítica. Fiz a crítica como cidadão, sem viseiras e sem tutores.
Falei no Portugal de todos;
Não entendi onde está o algo “sobrenatural” a que o Sr. se refere...
Não tirei os pés do chão. Olhe que até gostaria de ter voado um pouco! Mas não voei.

4. Falei da “geração 25” e não lhe neguei valores. Disse que os problemas não podem todos ser atribuídos à conta do “vintecinquismo”.
Nem censurei o Sr. Raposo. Apenas procurei fazer uma análise o mais objetiva possível, embora contundente, de nosso momento histórico. E de nossa perspectiva histórica.
Mostrei que temos motivos e muitos, para amar e respeitar nosso torrão natal e não temos por que temer opositores nem traidores. Devemos levantar nossa auto-estima.

5. Diz o senhor: “nacionalismo é conosco, mesmo” (?!) Não sabia que temos donos neste espaço conceitual. “Nacionalismo” não é uma questão tão pequena assim. Então não sei o que quis dizer. Afinal não estou disputando espaço com o Sr. nem com ninguém.
Não sou um homem desocupado. Só falo se acho que posso ajudar; de contrário cálo-me.
Nem sabia que não há lei que conceda nacionalidade, a não ser pelo nascimento (?!)
Isto e outras informações me causaram séria apreensão e espanto. Corrija-as por favor.
Digo-lhe que não brinquei para fazer esse texto que o senhor não leu ou não entendeu, ou não quis entender.
Enfim, com todo o respeito, verifico que o senhor apontou no passarinho e acertou na sua própria mão.

6. Aliás, não sei a qual dos dois textos se refere.
Os textos que escrevi, neste mês, sobre este tema são dois:
1. PORTUGAL DE ALÉM FRONTEIRAS
2. UM PORTUGAL MULTIPLICADO NAS FRONTEIRAS DO MUNDO.
Têm vínculo.
Os dois propõem-se como uma “réplica a uma crônica equivocada” do
senhor Raposo.
Devo declarar que já li textos seus aqui no Portugalclub, bem mais
coerentes... Vou reler alguns para confirmar, minha impressão
De qualquer forma, apesar de minha discordância de seu texto, que não
se refere ao que escrevi, agradeço-lhe pela tentativa de polemizar. Acho que o senhor teve boa vontade, mas deveria ter lido o meu texto até ao fim, com mais atenção.

7. O texto foi um pouco simplificado.
Deveria ter lido também o texto do senhor Raposo com o qual faço contraponto.
O texto integral está em
http://tribunatropical.blogspot.com/2009/06/um-portugal-multiplicado.html
http://tribunatropical.blogspot.com/2009/06/portugal-de-alem-fronteiras.html

Leia o texto integral, e depois, se quiser, mande a tréplica.

Saiba que gostei de sua réplica. Agradeço-a. O assunto merece aprofundamento e cautela.
Quando passar por São Paulo pode me chamar para tomarmos uma “Porto de honra” juntos.

Nota: Este texto vai como réplica respeitosa a um
texto publicado no PortugalClub de 31/08/2009.

Respeitosas saudações
JPeralta