segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mensagem


LIVRO

é

CULTURA
MENSAGEM
A Biblioteca como Espaço de Inclusão Social



1. Ao dar a público este opúsculo, somos movidos pela intenção de desencadear uma intensa campanha, nas comunidades, nas famílias e nas autoridades, para ampliar o número de leitores em nosso país. Uma vontade sincera de disseminar Bibliotecas, para dar mais cultura e mais auto-confiança ao povo. A inclusão cultural é um dos passos para alcançar a inclusão social.
Nosso povo, por quase toda a parte, tem acesso muito restrito, quando tem, aos bens culturais. A falta de acesso aos bens culturais é mais uma vexatória marca de exclusão social de grande parte de nossa população.
É preciso superar este trauma nacional. Precisamos agir com determinação. Não podemos continuar deprimidos por nossas fraquezas sócio-culturais. Vamos agir positivamente. Afirmativamente. Em vez de reclamar do escuro, acendemos uma luz. Se cada um fizer a sua parte, em pouco tempo o país estará todo iluminado. A cultura irá ao povo,onde o povo está.
Precisamos nos orgulhar de nosso povo, de nosso país, de nossa cidade.

2. O tema desta obra é a formação de leitores e a disseminação de Bibliotecas por toda a parte: Bibliotecas públicas e particulares, nas escolas, nas associações comunitárias, nas igrejas e até nas prisões. Biblioteca é um direito do povo. Quantas prisões deste país possuem uma boa Biblioteca? Pensaram quanto bem poderia fazer uma biblioteca, para muitos dos presos?
Demos acesso ao bom livro a toda a gente!
O livro é espaço de cultura. Pode ser até espaço de regeneração
Bons livros, sempre disponíveis, são elementos essenciais de nossa civilização.
Entreguemos a administração dos livros a quem goste de livros e dos leitores; a quem gosta de nosso povo e de nosso país; a quem possa apoiar os leitores, na escolha da obra adequada a cada situação.
O bom livro ajuda as pessoas a pensar.
Quando as pessoas aprendem a pensar, a vida na sociedade começa a melhorar.
Disseminar bons livros deveria fazer parte do decálogo de todo o cidadão consciente.
Na avalanche de obras que hoje se publicam, é preciso ajudar o leitor a optar por aquele que pode ser mais adequado para iluminar sua mente. Aqueles que nos apontam o caminho de uma sociedade com mais paz e bem-estar.

Os bons leitores são formados na escola e no lar, e também na comunidade.
Convidemos os professores das escolas a ensinar aos jovens a descobrir o prazer de ler.
Convidemos as famílias e toda a sociedade a colaborar.

3. Agitemos na sociedade o interesse pela Biblioteca. Façamos a Biblioteca ser notícia. Façamos nossa Biblioteca um ponto de referência sócio-cultural.
Organizemos eventos culturais na Biblioteca.
Esta será uma genial ação de inclusão social.
Este será um fator de progresso para a cidade.
Começar a dar acesso a alguns bens culturais, à comunidade, já é abrir caminhos de novas caminhadas.
A Biblioteca não é solução para todos os problemas, mas abre novas perspectivas e dá nova força, novo alento. Arejando as mentes dos leitores, o livro está contribuindo para o bem-estar de todos.

O bom livro abre novos horizontes às pessoas e dá novas perspectivas à nação.
Na Biblioteca podemos aprender a nos orgulhar de nossa terra, de nosso país, de nossa nação.
Vamos fazer do Brasil um país de leitores. Cada um faça a sua parte.
Os bons livros trazem conhecimentos e nos ensinam a viver e a conviver. Eles nos encorajam a superar nossas deficiências e a vencer nossa nostálgica indiferença. Eles nos ensinam a compreender o outro e a nos relacionarmos.

O livro ou o autor da “moda” nem sempre é melhor. Talvez sua projeção seja apenas fruto de grande publicidade, nos meios de comunicação.
Há livros de 10, 50, 100, 500, 1.000 ou 4.000 anos cuja, “mensagem” é plenamente atual.
Há livros de 5 (cinco) anos ou de cinco dias, que já não servem para nada.

O bom leitor não é um diletante. É antes um empreendedor, um novo navegante que nosso mundo quer descobrir.
Que as belas palavras nos levem à ação. É preciso agir com determinação, somando nossas forças com as de outros abnegados.
O bom livro é uma luz perenemente a brilhar, que não pode faltar onde há pessoas.
Toda a gente precisa de bons livros, para a vida de todos melhorar.






ÍNDICE


O Livro é um Mestre
1. O Poder do Livro
2. Livro Democrático
3. Livros para Todos

O Poder da Leitura
1. Democratização do Saber
2. O senhor Leitor
3. Livro Fiel Companheiro
4. Além do Saber e do Ler

Quem Lê Sabe Mais

Semear Livros
1. Mais Livros, Mais Livres
2. Livro sem Fronteiras
3. Livro para Todos os Gostos
4. O Livro Ensina a Ousar
5. O Livro nos Faz mais Gente

O Poder Mágico da Escrita

Livro Amigo
1. Presença do Livro
2. Amigo Atento
3. Livro - Amigo Fraternal

Biblioteca - Manancial
1. Biblioteca - Manancial de Esperança
2. Implantando Bibliotecas
3. A Força da Biblioteca
4. O Livro nos Espera
5. Biblioteca - Espaço Plural

Biblioteca de Todos os Temas
1. Biblioteca - Arsenal
2. O Livro Certo
3. O Livro, o Trigo e a Cizânia

Livros que Mudam o Mundo
1. Livros Monumentais
2. A Força do Livro
3. Livro é Poder

Escola de Leitores

Aprender, Sempre Aprender

O Livro Faz Cidadãos
1. Apelo ao Professor
2. Ensinar o Saber
3. Aprender
4. Coragem de Ousar



O LIVRO É UM MESTRE


1. O PODER DO LIVRO

O bom livro tem uma energia fenomenal.
Faz presente, para toda a gente,
palavras e mensagens de nossos ancestrais,
como de autores atuais.

A palavra de Deus e dos homens,
escrita em poesia ou em prosa,
de nosso tempo ou do passado,
é colocada à nossa disposição
ao alcance de nossa mão, de nossa mente,
e de nosso coração,
à disposição de toda a gente.

O bom livro nos traz mais sólida consciência
e mais clara visão
do passado, do futuro e do presente.
O livro pode também preencher
com eficiência e prazer
nossas horas de lazer,
e os momentos de solidão.
O bom livro pode iluminar nossos caminhos
em horas incerta
de dúvida ou de indecisão.

O bom livro é sempre
um bom e fiel companheiro
sempre atento,
sempre disponível
a qualquer hora e em qualquer lugar
para toda a gente
que tenha vivências e conhecimentos
para poderem com o mundo dialogar
tendo o livro como eficiente intermediário.



2. LIVRO DEMOCRÁTICO

O nosso mundo cria livros em profusão
disponíveis para todo e qualquer cidadão:
Há livros grandes e pequenos;
livros-remédio que curam
e livros-veneno que aleijam e matam.
Há livros construtivos e livros destrutivos,
livros que acalmam e livros que abalam.
Há livros para crentes e livros para descrentes,
livros para todos os credos, para todas as mentes.
Os livros agem como os alimentos

Há livros que aproximam as pessoas
e livros que as afastam,
livros que nos engrandecem e livros que apequenam.
Há livros de grandes temas e livros medíocres,
livros sérios e livros de embromação.
Há livros que fazem ou fomentam a guerra
e livros que alicerçam a paz.
Há livros ferinos que destilam ódio,
e livros harmonizadores
que estimulam a boa convivência.

Há livros que abrem espaço de crescimento
e livros desagregadores.
Há livros positivos e livros deletérios;
Há livros fúteis e livros inúteis;
há livros consistentes
que engrandecem a alma da gente.
Mas não há livros indiferentes.


Há livros adequados para todas as idades
e para todos os momentos e circunstâncias;
livros para todos os lugares,
para todas as oportunidades.
Há livros para todas as personalidades,
para todas as necessidades,
para todas as oportunidades.

Ao leitor compete optar
pelo livro mais adequado à sua consciência
e ao seu paladar.


3. LIVROS PARA TODOS

Com a leitura de bons livros
o povo é mais esclarecido e mais livre
para a prosperidade solidária alcançar.
Cada pessoa,
saberá buscar o próprio bem-estar,
sem se subjugar.

Sem bons livros
o povo é manipulado por forças estranhas,
perderá o próprio querer,
a própria identidade,
o próprio lugar.

O livro é um instrumento essencial
para nosso povo instruir e educar
para nas horas de lazer o entreter
para nas horas difíceis o confortar
para nas horas de empreender o assessorar
para a gramática da vida lhe ensinar.

O bom livro enche de sentido,
de energia e de claridade
as horas vazias
em que as pessoas às vezes se sentem perdidas.

O bom livro é a uma âncora firme
no momento em que a vida da gente
parece que vai naufragar
em mar de tormentas.



O PODER DA LEITURA

1. DEMOCRATIZAÇÃO DO SABER

Democratizando conhecimentos
o livro pode dar mais consistência ao convívio humano
dar mais consciência ao cidadão
e mais credibilidade a sociedade.

Ler é como regar um jardim:
Cria condições para o surgimento
e desenvolvimento de novas idéias
fazendo o mundo mais bonito
e mais habitável.
O jardineiro é o livro
e o jardim é a nossa mente.

O bom livro abre os olhos aos “cegos”
e os ouvidos aos “surdos”;
dá voz aos “mudos”
e mais sensibilidade a toda a gente.

O livro pode curar a nossa miopia intelectual,
a nossa visão distorcida e parcial das coisas.
Pode tirar nossa inteligência e nosso coração
da escuridão, da ignorância e da ganância
que causam a discórdia e a violência.
Pode ajudar a extirpar a mediocridade
que obstrui o sentimento e a razão.

O livro abre os olhos
de nosso rosto e de nossa mente
para o mundo observar
e melhor discernir
e pela vida não tropeçar.


Com um livro na mão,
postados em qualquer lugar,
em casa, no campo, na praia,
na biblioteca ou em qualquer condução,
podemos pelo mundo viajar
sem outro passaporte
e sem uso de cartão de crédito.

O livro póe à nossa mão
à disposição de nossa mente,
para nossa fruição
o mundo inteiro
sem fronteiras,
superando limitações de espaço e tempo.

Não basta ter bons livros.
Precisamos de os leitores multiplicar.
Livros na Biblioteca
são apenas uma possibilidade
de a vida melhorar.
Só a leitura de bons livros,
atenta e continuada,
produz o resultado esperado.

A Biblioteca é uma entidade vital
que precisamos sempre visitar.
É um amigo certo
cuja convivência nos completa e nos faz bem.

O bom livro ajuda a construir
uma nação mais justa e solidária
com um povo mais forte,
mais próspero
e com mais dignidade.


2. O SENHOR LEITOR

Vamos, minha gente,
vamos muitos e bons livros
por toda a parte semear
para a mente das pessoas iluminar
e esclarecer
para solidariedade difundir
para os arrogantes transformar
e mais lucidez e bem-querer
multiplicar,
para uma nação mais próspera construir.

Vamos ensinar o povo
a ler, escrever e a pensar;
a sempre ler e pensar
para a vida melhorar.

De cada pessoa de nossa comunidade
vamos fazer
um inteligente leitor
que saiba ler, entender e praticar.

Povo que pensa
tem mais clara consciência,
mais clarividência,
e mais discernimento;
pode cuidar do próprio bem-estar
e de uma vida melhor desfrutar.


3. LIVRO FIEL COMPANHEIRO

Em poesia ou em prosa,
o bom livro é uma luz que ilumina,
é saber que esclarece,
é um mestre que ensina,
é alimento que fortalece,
é um guia que nos encaminha,
é mãe e pai que nos acarinha,
nos protege, adverte e aconselha,
é um médico que nos cura
é um conselheiro que nos propõe rumos seguros,
e nos acompanha.

O bom livro é fiel companheiro
que nunca nos deixa solitários,
é fogo que nos aquece,
é sol que vivifica,
é estrela que nos guia.

Podemos levar o livro conosco
a qualquer lugar
que ele não se acanha
não se aborrece nem reclama.

Podemos ler, sós ou acompanhados,
na sala, no campo ou no quintal
no escritório ou na cama
na rua ou na praça,
na escola, na igreja,
em qualquer lugar.

O bom livro é um amigo que nos quer bem
e em nós confia,
e nunca nos deixa na mão.

Coisa mais linda
é ver crianças, jovens ou adultos
a ler e a pensar.
Faz bem à mente e ao coração
ver o nosso povo com livros à mão
do saber se alimentar.


4. ALÉM DO SABER E DO LER

Amigo atento e preocupado
com o humano desenvolvimento,
se você quer crescer,
se você quer progredir,
se você quer sua vida e dos seus melhorar,
se você quer sua vida mudar,
se você quer prosperar
você precisa de boas experiências
e práticas desenvolver
você precisa aprender
que a vida é para se viver.

Você precisa se convencer
de que é preciso estudar
sempre estudar.
É preciso ler.
Ler livros que o possam ajudar
Livros que o ajudem a pensar
a ter melhores idéias
a o mundo vivenciar
e da vida desfrutar
para ter mais saúde e bem-estar

É preciso coragem
para as dificuldades enfrentar.
É preciso competência
para o melhor caminho escolher,
sem se precipitar.

É preciso paciência
para os maldizentes tolerar.
É preciso boa vontade
para sempre participar.

É preciso saber
para conseguir bem fazer.
É preciso amar
para querer a todos possibilitar
alcançar uma vida melhor
com mais saúde e bem-estar.

É preciso agir com firmeza
sem perder a amabilidade e a simpatia
para uma nação mais forte construir.
É preciso ser tolerante
para opiniões espúrias superar.
É preciso ser compreensivo
mas nunca complacente
para a dignidade e bem-estar implantar.



QUEM LÊ SABE MAIS

Quem lê bons livros
vai mais longe,
tem mente mais disponível
e idéias mais consistentes.
Quem lê bons livros, atentamente
é mais gente.

O bom livro é um tesouro
que nossa alma enriquece
de saber e de sabedoria.
O bom livro esclarece nossa mente
ilumina nosso entendimento
e nos dá mais energia.

Quem lê bons livros
tem mais respeito e tolerância
pelo ser humano e até por sua ignorância.
A pessoa esclarecida e de caráter
busca manter a convivência produtiva
até entre grupos rivais;
procura manter a liberdade
e construir a paz
com desenvolvimento social.


Para da leitura tirar o resultado desejado
é preciso o bom texto meditar em profundidade,
e entrar pelos desvãos do texto com criatividade.
É preciso usar, como os moinhos de vento,
a energia que do texto vem,
para nossa mente turbinar.

Amigo garantido, para toda a vida,
só Deus e os bons livros.
Nem um nem outros nos deixam na mão.
As pessoas às vezes nos esquecem(!)
os livros não.
Eles nos esperam
com a melhor disposição.

Os livros, pelo contrário,
sempre nos esperam, solidários,
atentos e prestativos.

Os bons livros
nos fazem mais conscientes
e mais livres.


SEMEAR LIVROS


1. MAIS LIVROS, MAIS LIVRES

As pessoas que lêem bons livros
são mais livres
e mais saber positivo adquirem
e um sentimento de bem-querer irradiam.
Quem lê bons livros é mais cordato e alegre
é mais gentil e mais capaz;
tem mais vida e energia;
tem uma mente mais sadia e produtiva;
pode fazer o mundo mais feliz.

Então vamos semear bons livros,
sementes de vida e energia,
sementes de nova convivência
sementes de nova consciência
sementes de ativa cidadania.

Semeando bons livros
vamos um novo mundo construir;
vamos o saber disponível na Humanidade
com todos compartilhar;
para ajudar o nosso povo
a criar um mundo melhor;
com mais prosperidade e bem-estar.



2. LIVRO SEM FRONTEIRAS


Pega o livro em tuas mãos
com respeito, carinho e devoção.
Folheia-o sempre com cuidado.
Preserva-o. Não o danifiques.

O livro deve servir a muitas gerações.
Ele é um caro legado
veículo de conhecimentos e grandes lições
que passam enriquecido
de geração em geração.

Lê-o com muita atenção
refletindo em cada palavra
em cada frase e em cada página
como quem se alimenta de especial manjar.

Com os novos conhecimentos,
novos horizontes à nossa vida o bom livro pode abrir
mais prosperidade produzir
e a todos possibilitar mais bem-estar.

O bom livro é um tesouro descomunal.
É um manancial de conhecimentos
onde encontramos, ouvimos e dialogamos
com os grandes sábios da História Universal.


No livro reencontramos
nossos velhos mestres e amigos
sempre vivos, atentos e dedicados,
sempre à nossa disposição.
Suas lições ainda fazem brilhar
nossa jovem mente e nosso coração.

Com bons livros
podemos pelo mundo viajar
por espaços reais, possíveis ou virtuais,
pelo futuro, pelo presente
ou por eras ancestrais.

Um mundo sem fronteiras
o livro para todos descortina
e a todos irmana.



3. LIVROS PARA TODOS OS GOSTOS


Qualquer pessoa, em qualquer lugar,
dispondo de um bom livro,
mesmo só,
sempre encontra agradável companhia
das grandes personalidades, guias da Humanidade
ou de grandes heróis dos tempos ancestrais,
como do presente.

O bom livro faz as pessoas solidárias.
Lendo um bom livro
a pessoa criativa e de iniciativa
pode viver e sonhar com mais liberdade;
pode um mundo bem melhor arquitetar,
com sua própria criatividade,
ainda que utópico,
onde todos possam viver, conviver e amar.

O bom livro
pode nos despertar da letargia
e da insensibilidade pode nos libertar.
O livro também é espaço de crescer.


4. O LIVRO ENSINA A OUSAR


Quem lê e pensa
vive mais e melhor.
Nas frustrações e no desânimo,
o bom livro nos reanima
e nos faz mais sadios
no espírito e na mente.

O bom livro no ajudará
a construir uma vida melhor
para nós e para nossa gente.

O bom livro é um amigo certo de verdade
que nos instrui ou nos diverte
nos adverte e até nos pune,
discretamente e sem alarde,
silenciosamente mas sem complacência,
quando do caminho certo nos afastamos
quando perigos corremos,
quando alguma espécie de vida prejudicamos,
quando de nossa responsabilidade abdicamos.

O livro é como um vidente
que descortina em nossa mente
o passado, o futuro e o presente.
O livro constrói novos pensamentos,
novos mundos e novos sentimentos.
Renova e rejuvenesce
nosso coração e nossa mente,
nossa ação e nossos relacionamentos.

5. O LIVRO NOS FAZ MAIS GENTE

O bom livro nos ensina a amar e a respeitar;
nos ensina a viver e a conviver;
nos ensina o bem-querer;
nos ensina a ter esperança e a crer.

O bom livro nos ensina
a compreender e a respeitar a natureza,
a cuidar das plantas, das aves e dos animais,
a preservar a terra, as águas e o ar,
a ser solidário com nossos semelhantes
e com todos os viventes.

Quem lê bons livros
tem mais responsabilidade e mais consciência
procura construir o bem de todos
e não pratica violências.

O livro nos ensina
a viver e conviver em harmonia
com toda a natureza
e com as forças sobrenaturais.
O bom livro nos ensina
a viver em paz consigo e com o mundo.

O livro não faz milagres ou mágicas;
apenas nos ensina e esclarece,
nos mostra caminhos... e nos ajuda a optar.
O livro não nos dá o peixe,
mas ele nos ensina a pescar.

Cada um arregace suas mangas
e vá em frente.
Faça a sua parte.
O livro nos ensina a ousar
para uma vida melhor construir.
O PODER MÁGICO
DA ESCRITA


Escrever, escrever, escrever...
Escrever para alguém ler,
ou apenas para seus pensamentos registrar,
para se exprimir
e mais consciente ficar,
sem com o leitor se preocupar.
Escrever, embora penoso, dá prazer.
É o prazer da leitura
que todo leitor no livro vai procurar.

Escrever é conscientizar:
é o mundo e a vida equacionar
para seus enigmas decifrar;
é ir até onde nossa mente alcançar;
é novos mundos ao mundo dar;
é novos caminhos palmilhar.

Espetáculo incrível o da escrita!
As palavras voam, a escrita permanece!
Escrever é perpetuar.
A escrita faz presente,
em todo o tempo e lugar,
mensagens por alguém elaboradas
para novas descobertas perpetuar
para nossas horas livres ocupar,
para o sentido da vida reencontrar,
para o rumo do mundo
reequacionar.
Ler não é o tempo desperdiçar.


Cabe ao leitor apreciar,
fazer suas reflexões
e tirar suas conclusões
para o conhecimento humano enriquecer
e a vida de todos melhorar.

Milagre ou poder mágico da escrita...
Por ela as palavras de alguém
correm mundos,
sem fronteiras,
sem limitações.

A escrita pode abolir as distâncias
de tempo e de espaço.
O passado e o futuro faz presentes.
Todos os cantos e recantos do mundo
podem estar num mesmo lugar.
Cria o convívio universal.

Simultaneamente, uma mensagem
pode ser lida por milhões
e influenciar as humanas ações,
interferindo na vida dos viventes
e no futuro das nações.


LIVRO AMIGO


1. PRESENÇA DO LIVRO

O livro pode acompanhar as pessoas
sempre,
em qualquer situação
e em qualquer tempo e lugar
para sua mente ajudar,
ou apenas distrair
em lazer cultural.
O bom livro é um companheiro
paciente e sempre atentos,
sempre serviçal.

Entre os humanos,
de qualquer povo ou nação,
o livro estabelece sólida aliança
para além do tempo e do espaço,
com desembaraço e descontração.
Está sempre em prontidão.

Para o livro ninguém é estrangeiro,
a não ser quem não conhece a língua que fala!
O livro não conhece territoriais fronteiras,
nem admite discriminação ideológica ou social.
Poder genial!

Só as fronteiras lingüísticas
podem de alguém afastá-lo.


O livro, como veículo de comunicação,
entretenimento e cultura,
se é fruto de amor, dedicação e ternura,
de todos merece o máximo respeito
e adequada admiração.

O livro abre
os mais amplos caminhos
na cidade como no sertão.
Diante do livro
todos são irmãos
em universal confraternização,
sem discriminação de povo,
ideologia, sexo ou religião.

Então vamos seguir
o que o poeta nos propõe:
“Semeia livros
livros às mancheias
e faz o povo pensar”.
O povo que pensa
tem mais clara consciência:
pode construir o próprio bem-estar.

13.5.95



2. AMIGO ATENTO

O livro é a máxima conquista
da humana civilização.
É um amigo perene
sempre presente
sempre atento, dócil e paciente.
Respeita o psiquismo da gente.
Só quando o folheamos, fala.
Se o fechamos, cala.

O livro pode ser fonte de luz
para de nossas vidas o caminho iluminar.
Mas também pode ser bela ânfora
de veneno mortal.
Aos jovens inexperientes, confiantes,
pode perturbar e abalar.
Ao leitor cabe optar,
e se posicionar.

O livro nunca se cansa, nem se irrita,
por mais que você o requisite,
ou que a sua leitura repita.

Em cima do banco ou da cadeira,
da mesa, da cama ou no tapete,
ou em nossa mão,
sempre calmo,
ele nos olha e não reclama,
e até nos adverte.
Em silêncio nos chama:
vem, lê minhas páginas!
Parece que tem alma.

13.5.95


3. LIVRO – AMIGO FRATERNAL

Sempre atento, sempre disponível,
o livro vale mais que ouro ou prata:
é um amigo fiel e serviçal.
É uma luz, um farol
que novos caminhos
à nossa vida vem mostrar.
É um pai que nos leva pela mão
em diálogo franco, coloquial.

Livro, grande amigo,
amigo e companheiro,
em qualquer tempo, em qualquer lugar
sem discriminação de sexo ou raça,
etnia, credo ou ideologia!
Livro: Amigo fraternal!

O livro é o testemunho da história,
da humana grandeza e de sua miséria!...
Ilumina a humana mente
integrando o passado, o futuro e o presente,
num hoje sempre atual,
sempre atento, sempre pontual,
pela vida inteira.

O livro é um manancial
de vida e luz
que o humano caminho quer iluminar.

03.05.95



BIBLIOTECA – MANANCIAL


1. BIBLIOTECA – MANANCIAL DE ESPERANÇA

A Biblioteca é um manancial
de bonança e de esperança
onde o livro nos espera,
paciente e disponível,
sempre confiante.
É um portal do saber
para a todos enriquecer.

A Biblioteca é um portal de luz e paz
para a todos iluminar.
É um oásis no meio do deserto
onde a vida pode sempre se recuperar
e de novas energias se reabastecer.

Na Biblioteca o livro nos espera
para nas dificuldades nos esclarecer,
nossa curiosidade acender,
inovadoras iniciativas formular,
nossa criatividade estimular
e mais luz em nossa mente irradiar.



2. IMPLANTANDO BIBLIOTECAS

Bibliotecas .... Bibliotecas...
pequenas ou grandes,
de qualquer dimensão,
vamos por toda a parte implantar
para o nosso povo instruir e educar,
para a luz multiplicar,
para a vida iluminar,
para a mente do povo esclarecer,
para aos jovens motivar.

Vamos implantar, por toda a parte,
Bibliotecas públicas ou particulares,
em escolas, igrejas e organizações sociais
nas repartições públicas
e até nas prisões
e fazer o povo ler e pensar
para a vida melhorar.

Vamos ao povo disponibilizar
os tesouros do saber universal,
os conhecimentos produzidos e acumulados
pelos sábios de todos os tempos e espaços
desde as épocas mais remotas
de nossos ancestrais.


3. A FORÇA DA BIBLIOTECA

Mais Bibliotecas,
mais gente desperta e consciente
mais gente atuante e competente
mais gente criativa para semear mais vida.

Mais Bibliotecas e mais leitores,
menos prisões,
menos drogados
e menos gente conturbada,
desajustada
sem rumo e sem arrimo;
menos gente sem esperança no coração,
e menos infelicidade na cidade
e em toda a humanidade.

Na Biblioteca, silenciosamente,
o bom livro esclarece e dá novo rumo
a muitos jovens, adultos e adolescentes.
O livro dá novo alívio e novo alento
aos desnorteados e perturbados
que se encontram em incerta encruzilhada,
pela avalanche de informações desencontradas
e pelo sucesso aparente dos pilantras.

Então vamos implantar bibliotecas
para o saber difundir,
para boas iniciativas produzir,
para a prosperidade solidária difundir,
para mais bem-querer e bem-estar produzir.

Para toda a gente
a Biblioteca é um convite
à ciência, à sadia convivência, à paz
e ao pessoal desenvolvimento.

4. O LIVRO NOS ESPERA

Na Biblioteca, o livro nos espera,
disponível e sempre atento,
sempre acessível,
e nos convida a nele o saber buscar,
para nossa consciência enriquecer
e mais gente nos ajudar a ser.

Vamos ensinar as pessoas
a bons livros sempre lerem.
O bom livro é seu melhor amigo
seu parceiro, seu companheiro,
seu confidente e seu conselheiro.
A boa leitura faz as pessoas
mais conscientes, mais livres,
e mais sensíveis.

O livro na estante
é uma semente fértil
que só nasce
se bons leitores o tomarem
para novas vidas multiplicar.
Despertar leitores
também é uma missão benemérita.

O livro a ninguém discrimina
nem se ofende com nossa indiferença.
Está sempre disposto a nos ajudar
a nos esclarecer
a nos iluminar
a nos dar mais saber
a mais criativos nos tornar.


5. BIBLIOTECA – ESPAÇO PLURAL

Vamos, minha gente, vamos fazer
de cada pessoa um leitor.
Quanto mais leitores tem a nação,
mais lúcido e atento
e mais dedicado e competente
nosso povo será.
O leitor aprende naturalmente
a sempre aprender.
A leitura nos fará mais conscientes.

Ninguém irá se omitir
de seu dever cumprir
e sua parte fazer
para novos leitores multiplicar.
A nação será a casa de todos,
onde cada um saberá participar.

A Biblioteca é o espaço
de todos os saberes
de todos os sabores
de todos os paladares.
É um espaço ecumênico e universal
onde grandes decisões
começam a germinar.


BIBLIOTECA DE TODOS OS TEMAS

1. BIBLIOTECA - ARSENAL

A Biblioteca é um arsenal
de todos os conhecimentos
e de todos os temas e posicionamentos,
dos tempos mais remotos
à superabundância dos tempos atuais.
Os bons livros, na Biblioteca disponibilizados,
de saber e sabedoria são um rico manancial.

Diante de tanta profusão
de temas e obras à nossa disposição
precisamos, dos mais experientes,
solicitar alguma orientação
para não ficarmos perdidos, na indecisão,
na hora em que precisamos de uma obra acessar.
Diante de tão ampla diversidade
precisamos de alguém que nos dê a mão.

Ao nos dirigirmos à Biblioteca,
vamos sempre com alegria no coração.
Ter uma biblioteca á nossa disposição,
é um grande privilégio;
é ter um caminho de soluções
para as nossas indagações.

Cada leitura, se adequada ao que buscamos,
amplia nossos conhecimentos
e nosso poder de reflexão.
Ler é uma delícia
se atende às nossas inquietações.



2. O LIVRO CERTO


Na Biblioteca sempre encontramos
obras de conhecimentos científicos e humanísticos
e obras de conhecimentos gerais
que nos ajudam a entender a complexidade da vida
e das relações sociais.

Os livros nos ajudam a compreender
as grandes questões do mundo atual,
e os rumos da civilização.
Poderemos também procurar obras
que atendam a alguma necessidade presente,
do nosso cotidiano.

Na Biblioteca sempre encontramos
obras que nos ensinam
a respeitar e estimar nossa terra
com tudo de bom que ela tem,
nossa gente, nossa família e nossos amigos.
Encontramos obras que nos ensinam
a respeitar e honrar nossos pais
e nossos ancestrais,
que construíram nosso país e nossa nação,
com muita sabedoria, muito sacrifício,
muita dedicação e muita abnegação.


Nos bons livros
aprendemos a apreciar a história
com olhos de cidadão,
e a evitar o apressado julgamento
de “juízes” inconseqüentes,
deslocados da equidade,
deserdados do bom senso
e exilados da realidade.

Na Biblioteca há livros que nos fazem bem
em cada circunstância de nossa vida.
Há livros para horas de otimismo ou de pessimismo;
livros para horas de alegria, de tristeza ou de depressão;
livros para horas de fé e de indecisão.

Na Biblioteca há livros
para horas de rir da estupidez humana
e de sorrir de sua capacidade de superação.
Há livros para horas do amor e da sedução;
livros para horas de vitória, de fracasso ou de apreensão.

Para qualquer hora e para qualquer ocasião,
na Biblioteca
há sempre uma leitura que pode aquecer o nosso coração.


3. O LIVRO, O TRIGO E A CIZÂNIA


No livro como na vida
o trigo e a cizânia
estão na mesma plantação
com certa promíscua convivência.
Mas enquanto o trigo
produz o pão
que aos povos alimenta
a cizânia, que outro chamam joio,
não serve para nada.
Apenas perturba a safra do trigal.
A cizânia não serve para produzir pão.
É semente invasora,
erva daninha, camuflada na plantação
que a produtividade do trigo vem prejudicar.

O trigo e o joio têm destino muito desigual:
O trigo cantado, honrado e desejado:
Vai à mesa de todos os povos.
O joio!! fica de lado.

Há livros-trigo e livros-joio.
Mas esta classificação
nem sempre é fácil de detectar.
As circunstâncias podem o valor do livro
radicalmente alterar
e em outro polo o situar.



LIVROS QUE MUDAM O MUNDO


1. LIVROS MONUMENTAIS

O bom livro, em prosa ou poesia,
é sempre um elemento transformador:
é fermento de empreendedores
é um elemento que fortalece o caráter.
Há livros que são monumentos colossais,
luminares proféticos de sabedoria universal.

Livros... que invenção genial...
Há livros que mudaram
os rumos da Humanidade.
Há livros que consolidaram nações.
Há livros que mudaram o rumo das ciências.
Há livros que marcaram para sempre
a vida de muita gente,
de muitas famílias e de muitas povoações.
Os bons livros ficarão para sempre na nossa memória.
Os bons livros marcarão a história.

Dos LIVROS que ao mundo mudaram
entre todos sobressai o livro dos livros, a Bíblia.
Mas há outros livros sagrados
transcendentais
de outras culturas
que não podem ser esquecidos:
o Alcorão, os Vedanta e outros mais.



Entre os livros épicos, monumentais,
detentores de cívica sacralidade,
podemos contar ainda “Os Lusíadas” de Camões,
“Fausto” de Goethe, e a “Divina Comédia” de Dante,
“Dom Quixote” de Cervantes, e a “Odisséia” de Homero
a “Eneida” de Virgílio e outros mais.

No entanto, sem tanta pompa,
há milhões de livros que estão todos os dias
nas mão das pessoas
distribuindo luz e calor,
fazendo o mundo mais feliz.

Cada um encontrará seus livros,
seus guias preferenciais
que seu mundo podem transformar.
Diga lá você se já se deparou
com algum livro que jamais esquecerá.
Na literatura universal quais são os livros
a que você levantaria um monumento?
Quais os livros que estão eternizados num rico pedestal,
ainda que virtual,
no mais amplo átrio, na entrada do seu coração
e perenizados em seus pensamentos?



2. A FORÇA DO LIVRO


Há livros mais fortes que grandes exércitos
mais poderosos do que presidentes, reis ou imperadores,
e até do que sagazes ditadores.
Há livros mais convincentes do que grandes oradores
ou grandes mestres e doutores.

Há livros que são guias mais eficazes
do que grandes generais,
livro que contém mais sabedoria
do que grandes profetas e pensadores.

Mas também há livros mais demolidores
do que grandes guerras ou epidemias;
mais desagregadores do que pérfidas calúnias;
mais deletérios do que os falsos profetas aliciadores
ou que ações cruéis espetaculares de grandes terroristas;
mais prejudiciais à vida
do que os grandes poluidores ou os traficantes de drogas;
mais arrasadores do que a bomba atômica;
mais terríveis do que os bandidos,
do que os corruptos e maus-caráter.

Há livros que são prejudiciais
à harmoniosa convivência,
tal como a cizânia nos trigais
da evangélica parábola.


O bom livro é sempre uma bandeira desfraldada
disposta a nos guiar
para às pessoas dar mais vida
e bem-estar.

O bom livro é mais forte e duradouro
do que um monumento de granito.
As idéias que divulga
fortalecem os povos.
Um bom livro é bem mais precioso que o ouro,
e mais solene e magestoso
do que uma gótica catedral.


3. LIVRO É PODER


Mais importante do que exércitos,
espadas e canhões
e do que os poderosos da terra
são os bons livros.
Estes não são arrogantes nem atrevidos,
nem avançam o sinal.
São pacientes, persistentes e disponíveis.
Respeitam a alma de toda a gente.
Só exigem nossa atenção
quando vamos procurá-los.

Exércitos, governantes e mestres
todos passam.
O bom livro fica e continua a ensinar
por muitas gerações,
talvez por milênios,
sempre vivo, sempre eficaz,
à disposição de nossa mão
nas nossas bibliotecas.

O bom livro, ainda que surrado
tem porte nobre, tem majestade.
Na biblioteca
o livro espera os sábios e as pessoas simples
sem discriminação,
para algo mais lhes ensinar.


Dias virão em que os médicos
receitarão leitura de livros,
textos ou poemas para os males da vida sanar,
para nossas dúvidas esclarecer.

Nas boas escolas se formam bons leitores
para ao mundo dar
mais prosperidade e bem-estar.
Um país sem leitores
tem comprometido o seu futuro.
Um país com mais leitores
tem sempre esperança
de dias melhores alcançar.

Toda a pessoa é um leitor nato
pela própria necessidade de aprendizagem.
Estudante que não é um assíduo leitor
ou muda de atuação
e os livros freqüenta
ou não terá asas para voar.



ESCOLA DE LEITORES


É na escola que se formam
os bons leitores.
Ler não um ato trivial
maquinal.
Ler é um ato de reflexão
e de interiorização.
Ler também é arte.
Ler é trabalho
para quem quer
sua mente enriquecer
e sua visão ampliar.

Não basta ler o texto
precisamos ainda entrar
por seus desvãos
ler nas entrelinhas
mergulhar no seu universo criativo.
Ler também é prazer.
Ler é ir além das palavras e frases:
é contextualizar.

O livro é como um lago de água límpida.
Se quisermos sentir o frescor da água
precisamos mergulhar.
Se quisermos beber dessa água,
precisamos nos debruçar
e com a mão em concha
com essa água nos dessedentar.


Ler é adentrar e vivenciar
o mundo que o texto nos aponta,
entrar pelas portas que ele
nos entreabre,
seguir os caminhos e clareiras
que ao longe por ele se nos deparam.

Ler é o texto assimilar
como nosso físico faz com o alimento
que em força e sangue o transforma
e nossa vitalidade mantém.

Aprender a ler é como aprender a andar
e como aprender a falar:
alguém precisa nos ensinar...

O ato de ler se aprende
na família e na escola.

Senhores professores,
Senhores pais,
preparem bem nossos leitores
ensinem os alunos a ler e refletir,
para um mundo melhor construir.



APRENDER, SEMPRE APRENDER


É preciso ensinar as pessoas
a distinguir as diferenças e interações
entre o bem do mal
a liberdade e a opressão
o amor e o ódio
o perdão e a vingança
a lealdade e a traição
o egoísmo e a dedicação
sinceridade e a ilusão
a gentileza e a grosseria
a amabilidade e a sedução
a educação e a ignorância
a coragem e a covardia.

É preciso ainda entender as diferenças e intersecções
entre a pobreza e a miséria
o dinheiro e a alegria
o sábio e o charlatão
o sonho e a realidade
o construir e a demolição
o possível e a utopia
a utopia e a enganação
a ciência e a sabedoria.


entender
as oposições e as relações
entre a clareza e o mistério
o sagrado e o profano
a verdade e a mentira
a bonança e a tempestade
o vento e o furacão
o mar e o sertão
a saúde e a doença
a vitalidade e a poluição
a alegria e a tristeza
o suficiente e a abundância
a abundância e a moderação
a crença e a descrença.

É preciso saber diferenciar e relacionar
o sol e a claridade
a vida e a morte
a honra e falsidade
o esclarecimento e a manipulação
a promoção humana e a marginalização
a injúria e a abnegação
o bem individualista e o bem comum.

É preciso saber distingüir
o estúpido e a estupidez
a ignorância e o ignorante
a arrogância e o arrogante
o mesquinhez e o mesquinho
Deus e o diabo
o céu e o inferno.

É preciso saber correlacionar
o individual e o coletivo
o público e o particular
a planície e o planalto
o campo e a cidade
o sul e o norte,
o leste e o oeste.

Precisamos distinguir e inter-relacionar
o ser e o parecer
o ter e o ser
o saber e o fazer
o querer e o poder
o ler e o entender
o ir à escola e o aprender
a luz e as trevas
a noite e o dia
o sol e a lua
o agradecimento e a ingratidão
o convívio e a solidão.

Quando este saber e sabedoria
conseguires assimilar na tua mente
e no teu coração
serás mais humano e mais consciente.


O LIVRO FAZ CIDADÃOS



1. APELO AO PROFESSOR


Professor, por favor,
ensine o aluno a aprender
ensine o aluno a ler
ensine o aluno a pensar
ensine o aluno a escrever
ensine o aluno a interpretar textos
ensine o aluno a viver.

A sociedade lhe pede mais:
Ensine o aluno a bem se relacionar
ensine o aluno a brincar
ensine o aluno a cantar
ensine o aluno a participar
ensine o aluno a bem-querer
ensine o aluno a conviver.

Para formar pessoas normais
é preciso fazer mais:
Ensine o aluno a bem se alimentar
ensine o aluno a cuidar de sua saúde
ensine o aluno a preservar seu corpo sadio
a se comportar com boas maneiras
a se reabastecer de saber e sabedoria.


Ensino o aluno a gostar de bons livros...
Esta é a meta do mestre...
Jovens saudáveis com bons livros...
eis a senha indispensável
para uma sociedade mais humana construir.

O livro é veículo de cultura
e da civilização.
De livro se pavimenta nosso caminho mental
pelo qual mais longe chegaremos
em nossa busca perene do espaço ideal.


2. ENSINAR O SABER


É preciso ensinar as pessoas
_a ver o mundo ao seu redor
_a ouvir o que as pessoas querem dizer
_a falar palavras e frases de bem-querer
_a saborear as boas coisas da vida
_a não incomodar os outros gratuitamente
_a informar o que as pessoas precisam saber.

Toda a gente precisa saber a
_a sua pátria estimar
_a sua língua cultivar
_a sua família respeitar
_a boas amizades procurar e conservar
_a preservar e cultivar a natureza e toda a terra
como cuida da mãe
que a vida nos deu e nos fez crescer.

Toda a gente quer aprender
_a somar qualidades e virtudes
_a dividir seus conhecimentos
para os menos capazes
_a multiplicar ações positivas
para a vida melhorar
_a subtrair toda a arrogância e toda a ignorância
que aos humanos humilha e amesquinha
e a convivência pode perturbar.



3. APRENDER


Toda a gente precisa saber aprender
_a construir o seu próprio bem-estar e ajudar os demais
_a pescar para dos outros não depender
nem como parasita se comportar
_a agir para as coisas de graça não procurar
_a viver uma vida melhor e saudável
_a se reabastecer sempre de saber e sabedoria
_a cultivar os próprios talentos,
_a compartilhar com os outros
os dons que recebeu
_a se considerar sempre um eterno aprendiz
e sempre procurar ser melhor e se aperfeiçoar.

Toda a gente precisa aprender
_a ser uma pessoa mais consciente
_a conviver com seus companheiros e até com a adversidade
_a ter esperança que todos podemos construir
um mundo melhor e mais próspero
para todos sem distinção.

É imprescindível aprender
_a agradecer a cooperação de outrem
_a tolerar os não intencionais erros alheios
_a se desculpar, sempre que errar, ou a alguém magoar
_a aceitar a diversidade cultural e de opiniões
_a não abdicar de suas convicções
_a insistir e não desistir
quando tem razão no que quer ou diz.
Dizer “muito obrigado” fortalece a solidariedade.

Todos precisam saber
que um mundo de paz e harmonia
com bem-estar para todos
ainda é possível e sempre será
se as pessoas conscientes
se derem as mãos.
O bom livro nos ajuda a ser
mais conscientes e competentes cidadãos.


4. CORAGEM DE OUSAR
- Responsório -

Por toda essa bravura;
por todo esse querer;
por todo esse progresso;
por todo esse conviver;
pela dedicação de nosso povo;
Celebremos o Senhor!

Por toda essa prosperidade;
por todo esse ensinar e aprender;
pelos bons livros que temos para ler;
por todas as nossas idéias e ideais
inspiradas e inovadoras;
Celebremos o Senhor!

Pela coragem de novos desafios enfrentar;
Pela dedicação e carinho
que vem de nosso coração
Pelos caminhos adequados
que decidimos trilhar;
Celebremos o Senhor!

Pela tolerância para com os mais débeis;
Pela vontade de construir
uma sociedade mais livre e mais justa
com mais saúde e bem-estar para todos;
Por nossa deliberação de agir
com muita compreensão mas sem transigências;
Celebremos o Senhor!

Pela competência que vamos adquirindo;
Pela consciência de nossos deveres
humanos e sociais
para a preservação da vida e do meio ambiente;
Pelo espírito de solidariedade
para com todos os nossos semelhantes
que se consolida em nossa mente;
Celebremos o Senhor!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cinismo




CINISMO HEDIONDO




Aurélio Caçamba




Este assustador título, abriu o editorial da Folha de São Paulo, de hoje (14.12.2009).


O texto analisa a desfaçatez do Governo Federal que anunciou o envio ao Congresso Nacional de um Projeto de Lei que visa agravar as penas da corrupção política e mantém em pleno vigor a “lei” maior da impunidade.


Sem dúvida seria uma lei fundamental, em tempos de uma corrupção descalabrada, e galopante se fosse para valer. No entanto, trata-se apenas de mais um golpe na sociedade brasileira: o golpe do “faz-de-conta” que eu quero ética. É mais um golpe de marketing do presidente.


Não é com atitudes cínicas e demagógicas que se constrói um país livre, justo, democrático e soberano. Desse modo, constrói-se sim, um país pobre, ineficiente e dependente.


Já existem em tramitação, no Congresso, outros projetos para tornar hediondo o crime de corrupção e malversação do dinheiro público. Projeto contra a malvadeza ainda não foi proposto, nem nunca será...


É, pois, apenas uma proposta demagógica, para fazer o povo crer que o governo quer honestidade e combate a corrupção ...dos outros. Dos dos correligionários..., nunca.


É clara demagogia hedionda.


A atuação do Presidente da República no caso do Hediondo mensalão e de outras hediondas corrupções do seu partido é exemplo execrável de falta de rigor, desfaçatez e de impunidade.


Nessas questões hediondas, quase todos os partidos brasileiros, muito ou pouco, estão envolvidos. Logicamente em todos os partidos, há um percentual, maior ou menor, de políticos não comprometidos com a corrupção. Não podemos generalizar...


Na realidade, para quê mais leis se a impunidade campeia livre e solta.


Honestidade começa na atitude de respeito à lei, à honestidade e à justiça real, sem tergiversações.


Seria muito bom se o presidente tivesse alta aprovação popular, apenas por obras e atitudes honestas, justas e democráticas...


Se queremos um país sério, a lei tem de ser igual para todos, e a justiça também.




Pior que o cinismo hediondo? só a demagogia hedionda: os dois se dão as mãos, contra a nação e contra a democracia, gestando o Reino da Tirania...


Quando o país tomar rumos plenamente éticos e competentes, teremos o país que todos sonhamos e que o mundo espera.

DIMENSÕES DA LUSITANIDADE

Reflexões de um luso-brasileiro

"O mito é o nada que é tudo"
F. Pessoa




1

PÁTRIA TRANSCENDENTE


Portugal, por sua atuação na história,
é muito mais do que alguns pensam ser,
ou que muitos de seus próprios filhos
são capazes de conceber e enxergar.

É um luminoso mito
que precisamos vivenciar,
sempre reverenciar,
e tentar compreender.

A nação é um enigma
que precisamos desvendar,
se lucidez tivermos
para este difícil caminho
conseguirmos trilhar.
A pátria é uma força perene e transcendente
que precisamos sintonizar,
e com carinho assumir

Vamos tentar
alguma luz achar
para esta questão decifrar,
sem preconceitos,
e com o mais lúcido olhar.


O Brasil é um país continente,
cosmopolita,
multirracial e multicultural,
independente e consistente.
Quem suas raízes procurar
na terra lusa irá achá-las.

Por sua cultura e extensão,
por sua pujança e presença
no contexto das nações,
a nação brasileira
é a líder da lusofonia.

Aqui é mais intensa
a lusitana presença.
Um espaço muito especial,
para sentir a fraqueza e as forças
daqueles que projetaram,
em longínquas terras e mares
a história de Portugal.







2

ESTIRPE LUSITANA

A nação brasileira, com clareza,
quer saber quem foi o povo
que na esquadra de Cabral,
aqui aportou
e que esta Terra colonizou
povoou, explorou e amou.

Como não podia deixar de ser
até algumas atrocidades praticou.
Pensar em tais fraquezas?!
Deixa para depois!

Sempre que o homem agiu
alguns pecados praticou.
Os pecados em que o luso tropeçou
não obscurecem a glória perene
que por toda a parte aqui conquistou.

Sua língua e cultura
e seu forte sangue nos legou.
Seu projeto de nação aqui ergueu.
Um grande futuro sonhou.
E seu sonho se realizou.

Foi um povo
de sangue multimilenarmente miscigenado,
numa grande síntese lusíada estruturado.
Homens e mulheres
para a aventura talhados,
foi desta grande síntese o resultado.

Celtas, visigodos e alanos
árabes, fenícios e cartagineses,
gregos e romanos
com os lusitanos guerreiros e camponeses
formam o vigoroso substrato
que no português resultou:
o povo que novos mundos
ao mundo revelou.

Este é o povo
que uma forte civilização
nos legou
e que sua força aqui multiplicou.

A vida de muitos para sempre aqui ficou,
e em novas vidas germinou.
Uma prole empreendedora aqui implantou.
Com árdua dedicação prosperou.
Queremos conhecer nosso pátrio avô.


3

NOSSA HERANÇA


Observando nossas raízes e nossa história,
é preciso afirmar,
com toda a convicção,
que o luso torrão
não pertence exclusivamente
aos que hoje vivem nesse chão.

Aqueles são os fiéis depositários
que garantem seu perene percurso histórico
sempre vital,
em permanente renovação.
Sem povo não há nação.

A pátria é muito mais que um território.
A herança cultural de que compartilham
é perene reivindicação,
dos lusofalantes
que nunca foi negada.
Nossas raízes estão firmemente fincadas
no luso torrão.

A terra lusitana
é uma garbosa nação
é orgulho da humana história,
para quem tem memória e alta visão,
sem preconceitos ou viés de vilão.
É da humanidade rico patrimônio.




É um país de indo-européia ascendência,
latino como a Itália,
a Espanha e a França,
de civilização multimilenar,
com rico e múltiplo substrato,
sempre dinâmica e sempre moderna,
sempre atual.

Defrontando-se com perenes desafios
do mar e de perigosos rivais,
apresenta dotes bem especiais,
garantia de sua inconfundível identidade,
cerne da lusitanidade.
É um povo talhado para a aventura
talhado para a discreta perene glória.




4

PÁTRIA PERENE

Nossa pátria, caro irmão,
é muito mais
que um simples pedaço de chão,
algumas pessoas que passam,
a verde natureza e edificações:
algo efêmero
que se esvai com um tufão!
A pátria só passa
quando morre
anêmica
nos humanos corações.

Roma perdeu a pompa
mas não perdeu a história.
Manteve acesa a chama de sua glória.
A Grécia foi pilhada
e manteve-se glorificada.

Roma e Grécia
mantém seu encanto,
sua vitalidade...
Sua glória revive perene
na cultura que nos legou.

Em verso e prosa são cantados
porque continuam vivos e atuantes
pelos quatro cantos do mundo espalhados
em muitas inteligências e corações,
estimulando criativas inspirações.



Como a Grécia e Roma,
Portugal mantém sua glória
para além do tempo e do espaço,
no grande pedestal da História.
O império se desfez
mas ficaram realizações;
novos povos
novas civilizações.

Seu nome está escrito para sempre
em letras de ouro sobre granito
no grande livro
da Humana Memória.
Tem um espaço privilegiado na história.

Está presente nos cinco continentes,
em novas civilizações multiplicado,
no Brasil, principalmente,
em Angola, Moçambique, Guiné e São Tomé,
e em todas as nações de lusodescendentes.

Por toda a parte a Alma Portuguesa
revive seu sonho de grandeza e beleza.
Inconsciente vai cumprindo as profecias
que para um mundo melhor a todos guia.


5

DITOSA PÁTRIA

Ditosa pátria
que criou nobres filhos:
D. Dinis e o Infante D. Henrique
Nuno Alvares Pereira e D. João I,
Bandarra, Vieira e Camões,
Antero de Quental e Fernando Pessoa
e muitos mais desta nobre linhagem.
Jamais será esquecida.

O povo que criou o Brasil,
Angola e Moçambique,
Guiné, Cabo Verde e São Tomé,
Macau, Goa e Timor,
e que pelo mundo todo
seu sangue e cultura multiplicou,
e nova luz disseminou,
a imortalidade tem por sina.

O que, pelo mundo afora,
fez e realizou o povo lusitano
feito está.
Jamais perecerá.
Na lembrança das futuras Gerações
celebrado será.
Tão grandes obras
o tempo não apagará.
Ditosa pátria
que tais filhos criou.
Honra eterna desfrutará.



6

PÁTRIA SEM FRONTEIRAS

Portugal verdadeiro,
por inteiro,
é uma parcela significativa e nobre
da Humanidade que nela se revela
e nela se descobre.
Da ocidental civilização
é destacado galardão.

Não cabe em seu território não.
Aliás transcende muito
os espaços físicos que ocupa
na parte onde com o mar
a Europa se defronta.

Espaço nobre privilegiado,
banhado pelo Atlântico,
por outros povos cobiçado,
no decurso da história,
mimoso jardim encantado,
à beira mar plantado,
por belo céu iluminado,
de olhar resoluto,
para além-mar voltado.

O mar profundo
é seu permanente e histórico desafio,
caminho de suas agruras,
de suas glórias e venturas,
de muitas e amargas desventuras.



No mar muitas lágrimas derramou.
O mar com imortal glória
sua coragem e tenacidade premiou.
Foi por ele que o português
o disperso mundo unificou.

Conquistador de novos mares.
Conquistador de novos mundos...
Esta incrível façanha
seu nome para sempre imortalizou.


7

MARCAS INGLÓRIAS

Alguns compatriotas descuidados
de aquém e de além mar
olham por vezes sua história e sua gente,
sua terra, costumes e cultura
com acanhada e frustrante visão,
e certo desdém
sempre incerto,
rançoso e às vezes repugnante...
O amor é cego e o ódio também.
Só o que é forte se mantém.

Em tudo o que é humano,
se não formos capazes de olhar penetrante,
há sempre mazelas para lastimar.
O indesejável também faz parte integrante
da humana condição.
Só erra que age e faz,
quem nada faz é simples e inútil diletante.

Em todo processo civilizatório
há muitas ações inglórias
que não se podem ocultar.
Nem dá para justificar.

Não foi diferente
entre gregos, romanos
ingleses, franceses, espanhóis ou americanos
árabes, judeus ou marcianos,
nem entre os incas, maias ou moiecanos,
guaranis, tupis ou tucanos.


O que é de fora é sempre melhor!!
Os que julgam severamente
sem uma ampla e total apreensão
amanhã rirão,
contrafeitos,
(se um raio de lucidez os iluminar),
de suas posições tão estreitas e tacanhas.




8

OS FORTES PERMANECEM

Que Portugal é uma forte nação
é o que comprovam
quantos tentaram massacrá-la
sejam portugueses ou não,
e tal intento não lograram.

Somos incapazes de interpretar nossa terra
a não ser quando dela nos afastamos.
Isto ocorre em todas as nações.
Ocorre no Brasil também.
Mas em Portugal parece mais notório.
Sem distância, nossa visão ofuscamos.

"Ó Portugal, hoje és neveiro!"
dizia profeticamente Pessoa,
na expectativa de novo amanhecer.
E Camões nos fala consternado,
de "um povo rude e endurecido",
apesar da glória que ele tinha proclamado
em imortal poema, sempre lembrado.


9

AUTO-ESTIMA


A auto-estima de um povo,
de uma nação
passa pelo conhecimento e valorização
de suas raízes
de suas humanas e culturais matrizes.
Nosso passado é o alicerce de nosso futuro.

Esta é uma questão vital
para todas as nações,
garantia de sua subsistência
e identidade original,
de sua força própria,
fundamental,
criadora,
atuante,
para não se deixar ir a reboque.

Se não encontramos fortes razões
sérias e consistentes
para nos orgulharmos da Pátria-Mãe,
tão intensamente presente
para sempre
nos mais longínquos e brasílicos rinções,
como poderemos nos orgulhar
desta terra
abençoada e bela,
nossa pátria e nosso lar?




Quem não ama
a terra que o viu nascer
e que sua visão de mundo talhou
ainda não aprendeu a amar;
para a vida ainda não desabrochou.


10

DIMENSÕES PLANETÁRIAS


O Portugal por inteiro,
para além do que alguém pensar possa
é uma entidade histórica
que se expande por toda a terra
muito além da Europa.

Está consubstancialmente presente,
por todas as Áfricas e Europa,
Américas, Oceania e na Ásia,
com marcante atuação
na multimilenar Índia, China e no Japão.

Por onde andou
imortais marcas imprimiu.
Na língua e costumes dos novos irmãos,
rica contribuição deixou.
Em compensação,
belos empréstimos léxicos e culturais recebeu
e muita cooperação.

As cinco quinas
em pedra esculpiu.
Em pedra e no coração.
Esta foi sua histórica e nobre missão,
de que a Providência o encarregou:
ser o mais forte elo de união,
de muitos povos e nações.




11

ESPÍRITO UNIVERSALISTA

Portugal não tem mais fronteiras.
Sua presença espalha-se pelo mundo inteiro.
Transcende muito seu histórico território.
O espaço que no mapa mundi ocupa
é apenas um imenso portal.

Aí o globo foi buscar seus desbravadores
para seu humanismo assimilar,
e mais e mais se enriquecer.
Seu espírito universalista
garante sua dimensão cosmopolita,
que o ensinou a todos os povos e culturas respeitar.

É isto que pressentiram
com sabedoria
os grandes baluartes do luso pensar,
Camões, Pessoa, Vieira, Bandarra,
Eça e tantos mais
que da Humanidade são porta-vozes imortais.

Estes são alguns dos mais autorizados
intérpretes da alma lusa,
estudiosos e admiradores
de sua incontestável grandeza,
e críticos esclarecidos e contumazes
de suas mazelas e mesquinheza.

Das grandezas de sua pátria
são avalizados pregoeiros
do humanismo cosmopolita
foram atuantes e incansáveis mensageiros.

12

PÉROLA EMPOEIRADA

Portugal por inteiro,
para muitos cidadãos conscientes,
é um espaço encantado e incerto,
lindo e privilegiado.
É uma pérola incrustada, bela,
embora empoeirada, esmaecida,
num promontório destacado
do globo terrestre.
Para seus filhos e agregados
é uma dádiva celeste.

Aí, nessa terra singela,
nasceram os homens que iriam expandir
o intercâmbio de todos os povos
revolucionando história, geografia e ciências.
Expandindo os horizontes
da humana consciência.

Com muito sangue,
perspicácia e persistência,
abriram caminho
para a universal renascença.
Aqui, criaram o Brasil,
e seu nome exaltaram.

Portugal, pela divina arte,
estrategicamente situado
no extremo ocidental da Europa
debruçado sobre o mar,
é natural portal do lendário Atlântico.
Trampolim para o desconhecido,
que com arrojo iria desvendar.

13

TERRA SONHADA

Portugal é muito mais
que apenas um país real.
É também um instigante mito,
um mito ancestral,
sempre renovado,
sempre vital...
um barco seguro e bem equipado,
de velas persistentemente enfunadas
arrojadas, venturosas,
pelos sete mares a navegar...

É uma força indomável
que vem do longínquo passado,
vive incerto presente,
projetando-se num futuro iluminado.

Para os que de sua terra
para longe viajaram
Portugal é uma canção sonhada
que toda e qualquer melodia supera.
É um estímulo forte e eficaz
que no dia a dia a vida faz mais audaz.

Isto é poesia
fruto de imaginação e fantasia?!
E porque não?
Mas também é eficaz energético
para o humano coração.




Muitas outras nações bem dotadas
podem enumerar,
orgulhosas, exaltadas,
excelentes glórias.
Mas cada uma tem sua marca
própria e inconfundível,
para a identidade de seus filhos
claramente estabelecer.


14

OS ANCESTRAIS

Portugal por inteiro
é uma terra predestinada
de nobres antepassados,
rudes e aventureiros.

É fruto original da miscigenação
de muitas etnias e povos
que por milênios aportaram
à ocidental praia lusitana
buscando mais acolhedor espaço,
que a fio de espada conquistaram.

A civilização greco-latina,
como fez por toda a Europa,
na África e na Ásia,
aí deixou mais profundas marcas.
A visão cristã as retemperou
sua mente iluminou
e para sempre consolidou.

Para sempre
latino, cristão e europeu
Portugal ficou.
Sua alma universalista
logo se consolidou.


Os celtas e os lusitanos,
com os fenícios, gregos e romanos,
formam o lastro original.
Estava traçado, deste povo,
o mais nobre destino:
Desbravador dos mares,
arquiteto do Globo unificado.


15

HISTÓRIA TRÁGICA E GLORIOSA

Portugal verdadeiro
é da civilização ocidental
o mais destacado timoneiro
que pelos sete mares se lançou.

A indomável visão deste povo
um novo mundo sonhou,
terríveis tragédias enfrentou,
novos espaços vitais palmilhou.
Foi assim, com muita coragem e dor,
que o globo terrestre unificou.

Foi alto o preço
que o povo pagou...
Em quantos lares
a desgraça da desventura entrou!
Quantas famílias a tragédia enlutou!
Quantas caravelas o mar tragou!
Em quantos órfãos e viúvas resultou!
A história trágica marítima
foi a mais triste história
de sofrimento e dor
que o mar testemunhou.
Mas o luso audaz não desanimou!

Em cada caravela que partia
era o sonho de um povo
que pelos incógnitos mares
seu destino cumpria.



Salve, Salve o povo intrépido
que tamanha façanha
ao mundo legou.

Portugal verdadeiro
é maviosa melodia
antiga e sempre atual;
Etérea e majestosa figura de mãe,
sofrida e orgulhosa,
humilde e altaneira,
muito humana e sentimental.

Esta história triste e gloriosa
é inspiração de coragem e fraternidade,
alegria e vivacidade,
pela terra inteira,
enquanto perdurar
a humana memória.


16

OS HERDEIROS

Quem são os herdeiros
destas glórias memoráveis
talhadas pelos quatro cantos do mundo,
com imenso sofrimento e dedicação traçadas,
mas para sempre consolidadas?
Onde estarão?

O povo prossegue persistente
seu próprio percurso,
pela magia da história acalentado,
orgulho de seu passado
esperança de seu futuro.

Hoje o luso empreendedor,
com o luso descendente, seu sucessor,
destemido e sonhador,
está, pelo mundo afora,
em pedaços repartido,
multiplicado,
mas sempre inteiro,
criativo.

Cada um dos sete povos lusófonos
é natural herdeiro
desta força original
lingüística,
cultural e moral,
que veio de Portugal
e em cada novo espaço
assumiu dimensão forte,
nova e original.

A lusa herança,
com a milenar história que acumulou,
a todos irmanou..
Da edificação de novos povos
com persistência e dedicação participou.

São sete povos irmãos,
a que se juntam com prazer
Timor, Macau, Goa e outros mais
por esse mundo afora.
São povos que vão se dando as mãos,
uns aos outros ajudando,
para garantirem sua vitalidade
e a própria identidade,
e sempre se engrandecerem.

17

PÁTRIA DE CAMÕES

O Portugal por inteiro
é a pátria que viu nascer,
crescer e prosperar
homens que honram
a humana dignidade.

É a pátria de Camões,
arqui-símbolo da lusitanidade,
poeta universal.
Viveu seu povo e a vida,
com amor e dedicação incontida.

Pelo mundo afora, seu talento expandiu.
Com exaltada e competente emoção,
os feitos de seu povo proclamou
em lapidares versos,
em bronze esculpidos.
Imortal memória lhes garantiu.

Os Lusíadas é estrela
de primeira grandeza,
no contexto colossal
da arte mundial.
É um dos mais belos monumentos
da humana destreza.


Brilha irradiante,
constante,
para além do tempo e do espaço.
É monumento grandioso
de arte e beleza,
glória da humanidade
eternizando Portugal.

Cantando seu povo,
cantou a humanidade
com versos sonoros,
audazes, imortais.
Cantou seu povo
por toda a parte,
com engenho e arte.



18


OS SENHORES DA TERRA


Portugal é a terra de Pessoa,
magnífico Camões dos modernos tempos.
Poeta de visão universalista
múltiplo, multiforme e competente.
É lido em todos os continentes,
por gente de todas as raças e cores.
Da vida, da pátria e do amor
é sonoro cantor.

É a terra de Vieira,
o orador dos magistrais "Sermões",
glória das tribunas mundiais,
políticas e eclesiais.
Da Língua Portuguesa
é exemplar e criativo escultor,
e seu mais brilhante imperador.

É a pátria de Antero de Quental
de Bocage, Garrett, Eça e Camilo,
de Namora e Saramago,
de Santo Antônio, o maior santo popular,
do Infante Dom Henrique, o navegador,
de D. Sebastião e Nuno Álvares,
e de tantos, tantos, tantos mais.


Portugal por inteiro
é todo um povo anônimo e forte,
capaz de pequenos e grandes atos
com sabedoria e emoção recheados,
conforme as exigências da cotidiana lida.
Um povo que jamais entrega os pontos.
A quem nenhum revés derrota,
ainda que o desaponte.

É a terra querida e amada
de grandes guerreiros,
intrépidos aventureiros,
destemidos, sofredores,
sábios e doutores, cientista e escritores,
incansáveis empreendedores.


19

VERSATILIDADE LUSITANA


Nas ciências, nas letras,
na religião e nas artes,
por toda a parte,
os portugueses se destacaram
e sua presença marcaram.

Em todos os campos
da honrada atividade humana
com afinco atuaram,
de sol a sol,
com admirável dedicação.

Pelo mundo a fora
deram e dão sua contribuição,
persistente e competente,
ao desenvolvimento das nações.

Na engenharia e na arquitetura,
na pintura e na música,
na dança, na escultura,
como na administração e na agricultura,
no comércio e na indústria,
na construção civil,
em todos os níveis da educação,
na pesquisa universitária
e na tecnologia de ponta,
e até na política,
é marcante sua atuação.

No saber e no fazer,
em todas as nações
os portugueses se dedicam e dedicaram.
Com muito estudo e experiência
suas mentes ilustraram
e mestres se tornaram.

No mundo urbano como no rural
nas aldeias, vilas ou cidades,
no litoral, como no sertão,
em terra, mar e pelos ares,
é fácil perceber a portuguesa atuação,
ajudando a construir a nação.

Nos momentos incertos da vida social
em meio à trama
que muitos envolve
e engana,
o luso nunca é o vilão.
Não transita na contramão.
Ele sempre atua na construção da nação,
e na humana promoção.

Humano como os demais
ele se distingue pela lealdade
pelo amor à honra,
à vida, à família e à nação.


20


PRESENÇA NO MUNDO


Portugal é a terra de um povo trabalhador,
criativo e sonhador,
que, não se contendo em sua pátria,
pelo mundo todo se espalhou,
e grandes obras edificou.
Aqui aportou
e este gigante consolidou.

Brasil, Angola, Moçambique,
Cabo Verde, Guiné e São Tomé,
Timor, Goa e Macau...
Em quantos territórios e nações
está consolidada,
a estirpe lusitana?

Os laços lingüísticos e culturais
são tão fortes como os étnicos e materiais.
Por tais laços
muitos povos se reúnem e entrelaçam
em magnífica aliança cultural
construindo a pátria comum
que é a lusa língua,
que a todos irmana.
Monumental!


Assim se constitui esta nobre e promissora
comunidade lusófona
por todos os quadrantes do mundo florescente.
O universalismo lusitano
pela língua e cultura veiculado
está definitivamente consolidado,
em todo o mundo civilizado.

Portugal é a pátria que viu nascer
e outros povos ajudaram a enriquecer
essa pérola da humana comunicação,
a maviosa e versátil língua portuguesa,
que a todos pertence por igual.

Esta pérola tão bela
ainda que mal polida,
mantendo sua original destreza,
a bela língua de Camões,
espalhada por cidades e sertões,
está situada, sem contestação,
como uma das maiores criações
da humana grandeza.
Com certeza.

6º centenário do Infante D. Henrique.
















VI

EPOPÉIA DOS OCEANOS






OU

= A EPOPÉIA DOS DESCOBRIMENTOS =





Aqui ao leme sou mais do que eu
Sou um povo que quer o mar que é teu!



1


DESTINO TRAÇADO


É de pasmar,
e palmas frenéticas bater!!
Que força colossal!!...
Um povo vai de mar em mar,
as tormentas enfrentando,
para novos mundos descortinar
e o globo terrestre unificar...
A fé e o império foi dilatando ...

Sua terra acolhedora e maternal,
não pôde contê-lo...
Seu coração, seu sonho, sua ânsia
não cabiam na terra lusitana
e pelo mundo se expandiram!
Glória perene conquistaram!

Transcorria o século quinze,
quando novas idéias
por toda a Europa fermentavam.
O Renascimento, com novas luzes,
novo tempo anunciava.

A audácia lusitana
por incógnitos oceanos
novos mundos
e novos rumos procurava.


Portugal, nos oceanos,
contrariando vetustos arcanos,
os monstros marinhos derrotou.
As naus lusitanas
com a tragédia e glória se depararam
e um mundo melhor descortinaram.

Que poder estranho!
Que garra tamanha!
Qual a força motriz de tal façanha?!
- Uma imaginação longínqua!!
- uma vontade férrea!!
Muita criatividade
e versatilidade!
- uma fé inabalável!...
- coragem intrépida!...
- indomável...
- persistência inacreditável.
Esta foi a receita infalível
que seu sucesso garantiu,
e à glória imorredoura
os guindou.


2

NAS SENDAS DO MAR

Portugal, pequeno grande Portugal,
portal de Europa
abrindo-se para o mundo!
Plantado à beira-mar,
no extremo da Europa ocidental!
A glória e a dor são teu fadário!

Canteiro de mil esperanças!
Jardim de rico espectro floral!
Terra de gente bela,
sonhadora, acolhedora,
sofredora e original.
País de vocação universal.

O mar é teu quintal,
teu jardim,
tua morada,
o espaço que precisas arar.
O mar é teu perene desafio,
teu destino
teu arco triunfal.

O mar é um livro sagrado
que soubeste ler e desfrutar.
É um livro aberto
em que a nova epopéia
de novos heróis,
com engenho e arte,
soubeste gravar.

O mar é tua vida,
tua história,
tua glória
teu pedestal.



3

SABOR DE MAR

As raízes culturais
dos povos da Lusitânia,
desde tempos imemoriais,
têm sabor de mar.

Lusitânia predestinada,
terra da LUZ, abençoada,
tens por sina
ao mundo abrir novos caminhos
e tua luz multiplicar.

O mar banha teu território
e banha a alma dos teus.
Moldando seu pensamento
e seus sentimentos,
penetra por seu idioma e cultura,
entrando por sua vida a dentro.
Portugal tem sabor de mar.

Portugal e o mar
eternamente
frente a frente
olhar no olhar
como duas esfinges misteriosas a se fitarem...
Um ao outro quer decifrar
e no alheio mistério penetrar.
Do mútuo destino
sempre compartilhar.



No mar ou em terra
o português se sente em casa.
O mar lhe deu novos caminhos
para pelo mundo se espalhar.
Portugal e o mar são amigos tradicionais.

Não se entende Portugal sem o mar,
seu perene parceiro,
seu irresistível desafio,
atraente e traiçoeiro.
No mar, a grande aventura
do ser e da vida
com glória imortal,
os lusos para sempre gravaram.

4

NO DORSO DO MAR

Cada povo tem suas glórias
fruto de arrojadas vitórias,
e até de heróicas derrotas.
A maior tarefa que Deus ao luso legou
foi os incógnitos e temidos oceanos,
intrépido, sulcar
e novos mundos ao mundo revelar.
Glória sem par!

As lusas caravelas cumpriam
com coragem e determinação
a voz cativante de divinas profecias
cujo teor desconheciam.
A fé os iluminava e impelia.

Em leves naus,
enfrentando tormentas e mil dificuldades,
o luso sua missão desempenhou.
O dorso do mar,
com persistência, dominou.

Para uns, a audácia
em tragédia se transformou.
Para outros
a vitória os coroou.
A glória imortal de todos
a história proclamou.

O mar feroz e revolto
tornou-se esplanada real,
por onde as caravelas
garbosas transitaram
e a fúria das tempestades
afrontaram.

De braço em braço,
de mão em mão,
de passo em passo,
os lusos empreendedores
a todos os povos do globo terrestre
abraçaram em universal confraternização.

Para Portugal,
os oceanos
são a extensão
do próprio torrão natal.

São um leal e fértil aliado
cujo pacto
deve sempre ser respeitado.
Os lusos, navegando os oceanos,
por seus fantásticos feitos,
pelo atônito mundo,
a todos assombraram.

5

DOMADORES DO MAR

Os oceanos rebeldes,
assustadores, indomáveis,
qual cavalo selvagem
foram pelos lusos cavalgados
para a outras terras chegarem
e com outros povos confabularem.

Para tal façanha alcançar,
quantas naus, no revolto mar,
naufragaram!
Quantas vidas se perderam
Quantas mulheres jovens
enviuvaram!
Quantos filhos, em tenra idade,
de repente,
órfãos ficaram!
Quantas noivas em flor
ficaram por casar,
sós,
sem um companheiro
para a vida compartilhar.

Dor e glória
com persistência inabalável,
as leis indomáveis do mar
os lusos dominaram
e dele familiares ficaram.
Frutífera convivência consolidaram.

Valeu a pena? Pergunta o poeta,
nosso profeta maior.

Com ciência, coragem e criatividade
os lusos arrojados
às forças dos oceanos se amoldaram.
No dorso do mar,
por todos os oceanos navegaram.

Domadores dos mares
no campo da batalha marítima,
lutando de vaga em vaga,
senhores dos mares,
por próprio mérito,
as divindades os proclamaram.

Os oceanos,
terríveis barreiras temidas,
em largos e traiçoeiros caminhos
ameaçadores
por toda a parte espreitavam.
Com rugidos ferozes
as tempestades aos aventureiros fustigavam.
Ante a bravura lusitana
os mares tenebrosos
de azul-esperança se vestiam
e o céu que o encobria,
pleno de alegria,
se vestia de cor de rosa!

Valeu a pena, sim,
por que a missão a cumprir
valia milhares vidas
e o luso navegador
destemido e orgulhoso,
tinha um coração maior do que o globo.


6

PREÇO DA CONQUISTA

Após investidas múltiplas,
às vezes insanas,
Portugal aprendeu, a duras penas,
a dominar
as forças do mar.

Seus conhecimentos se acumularam,
com experiências estudadas
e mil aventuras
umas trágicas outras vitoriosas
sempre gloriosas.
Era a “ciência
só de experiências feito”
de que nos falou Camões.

As naus tomaram novo formato.
As velas à nova missão se adequaram.
A bússola que os norteava
eles a aperfeiçoaram.
O sextante melhor prepararam.
A luneta com que as longínquas terras
no alto do mastro observavam,
mais versátil tornaram.

Com novos instrumentos
e mais positivo pensamento,
destemidos,
aprenderam a enfrentar
a marítima adversidade.

Aprenderam a dominar
terríveis tempestades,
ondas descomunais,
calmarias entediantes
e o desconhecido explorar
para novos mundos
ao mundo revelar.

A ciência e a experiência
os lusos sempre associaram.
Aprenderam a controlar
as forças dos ventos
e a fraqueza do humano sentimento
e a atemorizante tradição
que de monstros os oceanos povoara.

Das antigas mitologias
os arcanos violaram.
Alto preço pagaram.
Glória imortal conquistaram.

Adamastores revoltados,
ameaçadores,
por verem seus segredos
desvendados
e sua antiquíssima privacidade
ameaçada,
os lusos sempre encontravam
por todos os cantos dos mares.

A “História Trágica Marítima”
grandes tragédias à posteridade revelou.


Mas ao ânimo luso
os monstros míticos
não afrouxaram.
Apenas o fortaleceram.
O desafio sempre ao luso fortaleceu...
e mais e mais o estimulou.
Aos bravos a tragédia fortalece
e sua vida enaltece.

A epopéia dos descobrimentos
não foi um mar de rosas, não.
Mas ao luso desbravador
que dos celtas, romanos e árabes
tanta garra e coragem herdou
a desafio nunca o desanimou.

Quantas vidas humanas se perderam
pelos mares infindos!
A violência das águas
sua voz para sempre silenciou!
Mas a esperança que os animava
nenhuma tragédia abalou.

Quantas naus no fundo do mar
para sempre adormeceram,
naufragadas
por irresistíveis temporais?...

Outras naus mais sortudas
sua missão cumpriram:
foram e voltaram.
Novos caminhos
para sempre desvendaram.
Novos rumos ao mundo descortinaram.


7

O PREÇO DA GLÓRIA

Cada naufrágio
soterra nas águas
mil esperanças
e mil promessas de uma vida melhor
para os que em terra
aguardavam!

Quantas famílias,
na miséria e na dor,
para sempre naufragaram!
Preços descomunais
os lusos pagaram!
Mas não retrocederam
e então venceram.

Uma força maior que eles os impelia:
era um plano divino
que por seu esforço e dedicação
finalmente se cumpria.

Era esta titânica persistência
e alta competência
que a humanidade há muito aguardava
para as fronteiras do mundo derrubar
e, pelo mar,
o globo unificar,
e todos os povos reunir.

A conquista dos oceanos,
meu caro irmão,
não é obra de comuns mortais.
Não é não!
É obra sobrehumana de dedicação,
ciência e esforços colossais.

8

PORTUGAL E OS OCEANOS

Destino descomunal
de um povo para a aventura talhado!
Foi ele o porta bandeira
da grande epopéia dos descobrimentos,
que as fronteiras da ocidental civilização
para sempre ampliaram,
numa fantástica mundialização.

Nesta arriscada e venturosa missão,
todos os caminhos do mundo
seus navegadores interligaram e cruzaram,
muitos povos desconhecidos aproximaram
e mil belezas revelaram.

Ao leme das frágeis naus,
no capitão personificado,
estava um povo arrojado
que dos perigos desdenhava.
Uma força mais poderosa o impelia.
Um futuro melhor almejava.

O reino flúido das águas
foi sempre para o luso
um desafio sem trégua.
O domínio das águas
foi sempre seu destino,
quase um apelo divino.

9

PACTO GLOBAL

Singrando os desconhecidos mares,
destemidos,
sem temor das tormentas,
por mares e terras inóspitas,
suas pegadas indeléveis deixaram.
Palmilharam por terras e mares
que antes nenhum humano visitara.
Quantos com a própria vida
seu arrojo pagaram?!

De porto em porto,
de oceano em oceano,
desconhecidos povos aproximaram
em amistosos laços
e num forte abraço.
Todos as nações entrelaçaram
numa única família universal.

Portugal e os oceanos
para sempre
seus destinos e segredos
mutuamente revelaram.
Em luminoso sonho e sangue
perpétua aliança pactuaram.

Por isso dedico este canto,
com o coração quente
exaltado,
a este povo arrojado
que das lei da morte,
por próprios méritos,
foi libertado.

10

MUNDOS ALÉM-MAR

Da foz do Tejo,
dali do Restelo,
cercanias da Torre de Belém,
saiu incrível força
que o território luso
não mais conseguia conter,
nem deter.
Pelo mundo afora
nova luz irradiou.
Bem longe aportou.

Eram os lusos navegadores
que em leves caravelas
do porto zarpavam.
Incrível sonho os guiava...

O sonho estupendo e incrível
do Infante Dom Henrique,
olhando por entre as brumas seculares
os mundos além-mar,
desconhecidos do europeu,
precisava se realizar!
Até onde
o sonho iria o luso levar?

Fitando o indefinido
no promontório de Sagres,
o Navegador sonhava... sonhava...
Divinas utopias ao longe materializava.
O "impossível"
de seu vocabulário não constava.

Cada sonho em intensa realidade
logo se transformava.
Só grandes sonhos
podem a grandes feitos provocar
e a realidade transformar.
11

NOVA AURORA

O sonho de Henrique, o Navegador,
lançava-se ao mar,
intrépido,
nos braços fortes dos portugueses,
na vontade indomável dos descobridores,
que o desconhecido desafiaram.

Navegando em frágeis caravelas,
afrontando velhos mistérios,
sofrendo fome, angústia e tristes moléstias,
foram desbravando desconhecidos mundos!
Partiam porque queriam
mas ignoravam quantos voltariam.

Cumpria-se misterioso vaticínio
pelo rei D. Dinis vislumbrado.
Portugal e os oceanos
histórica aliança firmaram.

Nas caravelas intrépidas,
a cruz da Ordem de Cristo,
como luminoso logotipo,
revelava a força impulsionadora
que para novos mundos as enviava.
O sonho dos templários
finalmente se concretizava?!
Nova aurora para o mundo despontava.

Quem mais
de tal façanha seria capaz?!
Este é o grande mérito do luso audaz.
A história para esta missão o marcara!
Alta glória conquistara.

12

OUSADIA LUSITANA

A ousadia de Portugal,
desafiando os oceanos,
e as inúmeras tragédias
que as forças humanas superaram
e preciosas vidas tragaram,
a rota das civilizações deslocou
e novos povos e novas belezas
ao mundo revelou.

Com a era dos Descobrimentos
que o luso iniciou,
uma nova e plural humanidade
a mútua descoberta festejava.

A globalização sua força experimentava.
O eixo da cultura eurocentrado
em novos centros se multiplicava.
Um novo mundo
nas lusas caravelas brilhava.

Vibrantes trombetas celestes
o grande feito celebravam.
Os céus de estrelas se enfeitavam.
As aves, mais alegres,
pelos espaços livres esvoaçavam.
A terra de flores se engalanava.
Todos a audácia lusitana aclamavam.

A voz tonitruante de Netuno,
deus do mar,
por todos os oceanos ecoava,
com vigor e determinação:
"Vem, luso navegador,
vem meus segredos compartilhar
e de minhas riquezas desfrutar!
Vem, para todos os povos,
melhores dias descortinar.
Vem, no reino olímpico dos deuses,
a glória de teus feitos
entronizar.”

O português, com enigmático fervor,
seu oceânico pendor
de um povo lépido e sonhador
jamais deixou de abraçar.


13

GLOBO UNIFICADO

E o mundo, de repente,
sentiu-se um portento.
O mar que os povos separava,
agora os unia e abraçava.
O planeta Terra, unificado, exultava.

Acordado estava o grande gigante.
Do milenar sono despertava.
Nas caravelas de Magalhães
se reconhecia globo,
coisa que ao certo ninguém sabia
mas alguns já desconfiavam.

O português sacudiu o mundo,
libertando-o para sempre
da letargia secular em que se movia.
Abriu novos espaços,
encontrou riqueza e beleza,
dando melhores condições de vida
à humanidade sofrida.

As fronteiras da européia civilização,
quebradas como num tufão,
pelo quatro cantos do mundo,
com novas culturas se cruzaram.


Todas as direções da rosa dos ventos,
por todo o globo se cruzavam.
Oriente e ocidente
finalmente se reencontraram.
Irmãos de todos os povos
que há milênios não se viam,
e mutuamente já se desconheciam,
atônitos se confraternizavam
inconscientes do que se passava!!!

O alvorecer de nova era
nas caravelas portuguesas despontava
e nova vida para os povos anunciava.
Navegando pelos sete mares,
de ilha em continente,
Portugal sua missão desempenhou
levando novo sol e novo calor
a todas as civilizações.
Mutuamente todas se enriqueceram.

Espanhóis e ingleses
italianos e franceses
a esta hercúlea tarefa,
a que o luso se dedicava,
suas naus lançaram
e desta glória participaram.
À ampliação das fronteiras do mundo,
muitos com heroísmo se dedicaram.

A tarefa foi árdua para todos,
às vezes trágica.
Houve perdas, por certo,
mas o saldo foi maior
para toda a humanidade.
Era preciso e inevitável.
Valeu a pena.


14

A TERRA SURGIU REDONDA

O planeta Terra descobriu suas dimensões.
"A Terra surgiu redonda
do azul profundo," assevera Pessoa.
"E se mais mundos houvera"
este povo lá chegara...
proclama orgulhoso o épico Camões,
que cantou a glória lusitana,
com um poema não menos glorioso
que perpetua esta história
qual eterna chama.

Nas mãos de rude navegador
em monumento transformado,
vejo brilhar o globo mundo,
bem alto erguido
e do desconhecimento libertado.

O luso navegador
qual estupendo argonauta,
é o novo herói da Humanidade,
em prosa e verso aclamado,
e em granito eternizado

A Terra saiu esbelta, admirável,
das trevas mitológicas em que se ocultava.
Entrando, triunfante, na história,
o mar tenebroso se iluminou.


A noite que o cobria se dissipou.
Os monstros marinhos se precipitaram
no despenhadeiro do mito a que pertenciam.
Estupendas maravilhas se desvendaram!!!

Pela ação de Portugal,
os oceanos que os povos separavam
as pazes com os humanos
orgulhosamente
para sempre selaram.



15

OBRA DEFINITIVA

O que queriam os portugueses?
Era sede de poder, de dominação?
Queriam da fé e do império a expansão?
Queriam riquezas, ouro, territórios?
Buscavam glória?
Buscavam isto tudo e muito mais.

Mas isto não mais importa.
São questões para intelectuais.
De tudo, o que ficou é o que importa.
É o que a história registra
e a humanidade agradece.

Isto tem um custo, sim.
Não se fazem omeletes sem ovos quebrar...
O que hoje queremos saber
é se valeu pena
tanta dor enfrentar,
tal preço pagar.

Os caminhos abertos
jamais se fecharão
e os Adamastores dos mares,
assustadores,
para sempre, nas profundezas dormirão.
A sofrida humanidade
de novos e luminosos horizontes desfrutou.
A utopia em realidade se consolidou.



As muralhas dos sete mares
e dos quatro cantos da Terra
o português derrubou
e o disperso mundo
unificou.

Portugal, pelos oceanos,
novos caminhos para os humanos
por todo o globo traçou.



16

DIVINAS AUDÁCIAS

Um brado de união
de solidariedade e confraternização
pelo mundo ecoou.
E a humanidade se transfigurou.
Portugal, nos oceanos,
nova era proclamou.

Milagre de um povo predestinado!
Só uma força superior
será capaz de explicar
tamanha façanha
de um povo tão pouco numeroso
mas tão intrépido e audacioso.

Seu país tão pequeno,
sempre aberto à aventura,
por Deus foi escolhido
e para grandes ações talhado.



É o caso de perguntar
com espanto e admiração:
como alguém poderá explicar
que, com tão poucos habitantes,
bem menos do que habitam
em alguns bairros das megalópolis modernas,
Portugal teve força para fincar seus pés,
firmemente,
na Índia, China e Japão
pela África afora,
nas Arábias e nas Américas,
levantando por toda a parte
seu estandarte,
levando fraternidade
e a européia e cristã civilização?

A cruz da Ordem de Cristo
nas caravelas desenhada
uma mensagem de paz e fraternidade
ao mundo proclamava.


17

BANDEIRA DAS CINCO QUINAS

A bandeira de cinco quinas,
aos quatro ventos desfraldada,
pelo mundo afora hasteada,
para sempre se perpetuou.
Sua presença indelével
para sempre se consolidou.

Esta bandeira abençoada,
às vezes de sangue manchada,
sempre ousou.
A tragédia de perto a acompanhou.
Mas foi glorioso
o saldo de tudo que restou.

Sempre honrada e respeitada,
esta bandeira ousada
um mundo novo desbravou e comandou
até a tragédia de Dom Sebastião,
quando no areal africano tombou.
Sempre se superou.
Na dor e na tragédia
não se abateu.
O resultado do empreendimento,
jamais se olvidou.

Ao navegar o mistério dos sete mares,
Portugal e os oceanos
novos mundos
ao mundo revelaram.


18

PRODÍGIO DA MISCIGENAÇÃO

Aqui, no novo mundo,
o português criou o Brasil.
Obra ímpar da nossa civilização,
baluarte de fé e tenacidade,
modelar congraçamento de povos e raças,
alicerçado no poder da miscigenação,
sem discriminação,
apesar das inúmeras contradições.

Nesta grande missão
o luso pôs todo o seu empenho.
O Brasil é a maior obra
do humano engenho!

Miscigenação de povos e etnias
de raças, religiões e ideologias.
Congraçamento exemplar,
em permanente fermentação,
que à Humanidade dá lição modelar,
mesmo sem ter tal pretensão...

Aqui se corporificou um ideal,
um sonho descomunal
que enchia os olhos e o coração
do luso e intrépido irmão,
e de todos que com ele compartilhavam.


19

A LUZ DAS CARAVELAS

Só uma raça de fortes
poderia tal prodígio operar:
as cortinas do mundo despedaçar,
uma grande fraternidade construir,
a lusa língua tão eficazmente disseminar,
e o portal da história escancarar.

Assim o luso abriu espaço
para todos os povos
se abraçarem
se reencontrarem
numa imensa confraternização.

Muita gente de outras nações,
com imensa dedicação,
sua inestimável contribuição,
como irmãos,
aqui trouxeram.

Aqui se vive o ideal
da convivência universal,
que as caravelas lusas anunciavam.
Aqui, no Brasil,
microcosmos de raças, povos e etnias,
o mundo se sente global.

Uma nova civilização e convivência
luso-afro-asiática,
americana e européia
aqui se consolidou.
Nova e exemplar civilização dos trópicos
ao mundo se revelou.
Novos horizontes se descortinaram,
para a humanidade aturdida...
maravilhada.

As caravelas de Portugal,
sulcando os oceanos,
com nova luz,
novos mundos iluminaram.

E o globo terrestre
sua bela configuração, às novas civilizações,
definitivamente revelou.
Um novo sol,
em novo dia,
para todos os povos
brilhou.




20

A LÁPIDE

Muito obrigado luso desbravador
por tua coragem, persistência e destemor!
A humanidade te deve
e sempre te agradecerá,
em seu inconsciente coletivo,
por tudo o que por mares
e por ignotas terras
a todos revelaste.

Nós te agradecemos,
com incontida alegria,
pelo espaço vital
que a todos abriste:
pela decisiva contribuição
que ao bem-estar de povos e nações,
com tua natural sabedoria,
sem reservas ofertaste.

Após a grande epopéia
das caravelas portuguesas
a Humanidade assume novas dimensões.
Os mundos, mutuamente agora revelados,
os mesmos nunca mais serão.

Novo marco na história o luso fincou.
Há um antes e um depois
de que o luso
as novas rotas do mundo traçou.


Nós te agradecemos, luso empreendedor,
pela terra em que pisamos, vivemos e amamos,
e por tudo o que de ti herdamos;
pela confraternização universal
que tu nos ensinaste.
Obrigado pelo idioma versátil
que em nosso espírito gravaste.
Teu espírito empreendedor
cordato, sonhador e hospitaleiro
por toda esta terra se multiplicou.
Teu sonho de grandeza
por toda a parte se corporificou.
O português sempre ousou.
Forte exemplo nos legou.

Em grande e monumental lápide,
com letras de ouro,
em granito talhadas,
para a posteridade hei de gravar
uma imortal mensagem
com palavras inspiradas.
Será minha solene homenagem,
como estímulo às novas gerações,
para o futuro,
com orgulho,
conquistarem!

Hei de esculpir
em versos heróicos lapidares
um poema épico,
escultural,
em que possa expressar
a admiração por teus heróicos feitos
que em meu peito,
há muitos séculos,
tenho gravada.


Em todas as mentes e corações
de jovens e adultos
de todos os tempos e lugares
novos poemas épicos
serão esculpidos
e o mundo todo
será um alegre convívio!
Os jovens aprenderão a sonhar,
e a ousar.
Novos mundos ao mundo irão revelar.

A luz que aos lusitanos iluminou
e a força que pelos mundos os guiou
aos novos nautas virá inspirar.
Querer, saber e ousar
é a lição que aprendemos
dos homens do mar
para quem quer novos mundos
conquistar.