domingo, 9 de agosto de 2009

Euclides da Cunha

EUCLIDES DA CUNHA, HERÓI DA LUSOFONIA


JJorge Peralta



• O Grande épico, cientista, humanista e ensaísta brasileiro, encerrou abruptamente sua grande obra, há 100 anos: 15.05.1909.
Foi um homem, um desbravador, um pensador e um épico de primeira grandeza. Um pesquisador e desbravador da alma brasileira e da Amazônia. Deste homem disse o grande pesquisador, Teodoro Sampaio:
“... O gênio do nosso povo ninguém o compreendeu melhor do que ele. Dominem em nós as idéias que Euclides agitou e com elas façamos desta Pátria o teatro de uma esplêndida realidade, oficina do trabalho, fecundando-se num largo espírito de solidariedade humana”.
Euclides honra sobremodo a língua portuguesa, que enriqueceu com sua obra brilhante e ousada, onde se destaca a sua obra monumental Os Sertões.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Aqui apresento apenas alguns tópicos sumários que poderão despertar no leitor o interesse pela obra desse grande mestre.

• Euclides Rodrigues da Cunha nasceu a 20 de janeiro de 1861, em Cantagalo, no Estado do Rio de Janeiro. Morreu tragicamente, no dia 15 de agosto de 1909.
Deixou uma obra imortal. A sua obra prima é, certamente, Os Sertões. Uma obra densa e de grande fôlego: um misto de história, crônica e epopéia em prosa. Narra a tragédia da Guerra dos Canudos: a guerra moderna de “Davi contra Golias”...
Na sua grande trajetória de desbravador, realça sua dedicação às viagens de reconhecimento dos confins do território brasileiro, no Alto Purus, na Amazônia. Fez muitas outras pesquisas na região amazônica, de que nasceram diversos trabalhos e ensaios memoráveis.
Euclides da Cunha foi um dos nossos grandes intérpretes da Amazônia e da índole do nosso povo.
Citamos com destaque “Um Paraíso Perdido” – Ensaios Amazônicos. A obra ficou inacabada, mas é muito interessante. Recentemente escutei no rádio uma entrevista com um navegador brasileiro que, com uma equipe, com imensas dificuldades, refez o percurso de Euclides da Cunha, subindo o Rio Purus até às suas nascentes, em um veleiro.
No século XVIII, o Pe. João Daniel, que viveu e missionou na Amazônia, descreveu essa mesma região, na obra Tesouro Descoberto no Máximo Rio Amazonas.
Diz Euclides da Cunha que, a região do Rio Purus está (em 1905) como João Daniel a descreveu. Este P. Jesuíta é citado algumas vezes por Euclides da Cunha.

• Os estudiosos do mundo jesuítico na Amazônia e interessados pela obra de João Daniel , podem completar seus estudos na obra magistral de Euclides da Cunha. Destaco: Os Sertões, Um Paraíso Perdido, À Margem da História , O Inferno Verde, Terra sem História.
Para Euclides da Cunha, a Amazônia é a “última página da Gênese”.
Para se dedicar às grandes incursões de desbravador da Amazônia, Euclides sacrificou, pela sua pátria, os mimos do aconchego familiar e de uma carreira brilhante no Rio de Janeiro. Dedicou a vida à Pátria.
Encerro este informe sumário com uma frase do grande mestre, Gilberto Freire, emérito estudioso da nossa civilização tropical:
Seria interessante calcular-se, no caso da atenção despertada por Euclides da Cunha em leitores europeus e anglo-americanos, a relação da importância que principia a ter hoje para eles o assunto principal versado pelo mesmo Euclides – o Brasil, o trópico brasileiro – com o valor ou poder literário desse escritor de tal modo identificado com seu principal assunto, que sua literatura, um tanto ciência, um tanto poesia, tornou-se expressão viva do exotismo ou do tropicalismo brasileiro”.

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