sábado, 6 de junho de 2009

Polêmica na Internet

V- POLÊMICA NA “INTERNET”



1. Disse atrás que se nota, em alguns argumentos, reiteradas atitudes de preconceito insustentáveis, e fruto de lastimável desinformação.

Cito apenas um fato, entre inúmeros que já presenciei, na Imprensa e na Internet

No dia 19 deste mês, foi publicado um texto de minha autoria, em um blogue (Nova Águia) sob o tema: “Joaquim Nabuco, outro gigante da Lusofonia”. Um leitor aproveitou o gancho para malhar a Academia Brasileira e Letras e o ACORDO ORTOGRÁFICO.
A intervenção do leitor já teve resposta fraternal, nos termos adequados, de dois professores, com as explicações suficientes do referido contestador.

2. Resta-me dizer algumas palavras a crítica aos “velhinhos do Restelo” da Academia Brasileira de Letras. Esta agressão genérica à Academia, não é justa.
Esta é uma instituição com a qual podemos discordar, como de tudo que é humano, mas não podemos deixar de reconhecer que lá se abrigam pessoas de alto mérito. As pessoas que fizeram parte da comissão de redação do Acordo são pessoas que dedicaram suas vidas à Língua Portuguesa. Entre essas destacamos os profs. Antonio Houaiss e Evanildo Bechara que têm uma gama respeitável de trabalhos sobre nossa língua comum. Só quem não conhece o trabalho destes homens pode atirar-lhes pedras.
Dizer que querem nos impor a forma brasileira de escrever é uma acusação insensata e gratuita.
A partir da década de 40 a nossa Norma Ortográfica ficou para trás e agora ficamos juntos.
O Acordo foi elaborado e aprovado pelas duas Academias: de Lisboa e do Rio. Foram aprovadas nos dois Parlamentos (1991 e 1995). Foram promulgadas pelos dois presidentes. Que mais queremos? Passaremos a vida chorando como carpideiras e lastimando, chamando de desastre, de desacordo?!
Ah! Esse cacoete insustentável, que mina alguns das novas gerações, precisa ser superado...
Até quando Portugal suportará o mau humor de alguns patrícios?
De que lado do Atlântico estão, afinal os velhinhos do Restelo?
Afinal, o desastre é se os portugueses conseguirem rejeitar a implantação do Acordo, o que acho impossível, estratégica e moralmente.

3. Senhores, os preconceitos contra o português do Brasil são absurdos.
Dou-lhes meu testemunho de quem vive aqui há 53 anos, é da Área de Linguística e Semiótica pela mais produtiva Universidade do mundo Lusófono, a USP. Minha tese de Doutorado foi sobre a múltipla linguagem de Fernando Pessoa. Sou professor aposentado da mesma USP. Por outro lado, mantenho relações permanentes em Portugal, onde vou uma ou duas vezes por ano.

Nenhum comentário: