quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Monarquia e visibilidade

MONARQUIA E VISIBILIDADE NO BRASIL
Mensagem da Monarquia, em Tempos de República

J. Jorge Peralta
A Família Real do Brasil mantém um status de respeitável destaque espontâneo na vida do País. Está presente no subconsciente coletivo da nação, como uma lembrança benfazeja. Pensei isso ao ler noticiários da FLIP, Feira Literária Internacional de Parati, realizada em cidade histórica do Rio de Janeiro. Despertou a minha atenção o destaque dado a D. João de Orleans e Bragança, um descendente da Família Real do Brasil.
Por outro lado, Fernando Henrique Cardoso foi destacado como Príncipe dos Sociólogos do Brasil.
Lembrei-me então que, no Brasil temos o Rei do Gado, o Rei da Soja, o Rei  da Música Popular, o Rei da Congada, Rei do Samba, Rei do Bacalhau, etc, etc.
Nossos Príncipes e Princesas Reais, em nível de maior destaque hierárquico, poderão trazer mais beleza e esperança, e até sonho, ao nosso país e ao nosso povo, ainda que apenas como símbolo auspicioso, de algo que foi real, ao tempo da Monarquia.
O Brasil foi a única Monarquia das Américas. Pois que saiba tirar proveito disso. Até porque  a Monarquia, no Brasil,  foi muito auspiciosa e eficiente, para quem tem olhos de ver.
Verifico, pelo que se observa, e pelo carinho que o povo brasileiro tem pelas boas lembranças da Monarquia, esta preserva um status social de certa nobreza e altivez.

Seria muito bom que, conforme as normas vigentes na “nobreza”, os Príncipes e Princesas, herdeiros legítimos, tivessem o destaque na vida social e política que a História lhes garante.
A palavra Rei, ou Príncipe, ou Princesa trazem boas lembranças e bons augúrios ao coração e à mente do povo brasileiro.
Acredito que em Portugal não é diferente. Tanto não é que um monarquista de grande peso é candidato a Presidente da República em Portugal. No país, o casal, presumivelmente herdeiro do trono, é tratado com muito respeito na sociedade, embora,  sejam apenas figuras simbólicas de um tempo que já passou, mas que sempre terá algo a dizer à nação.

Penso que a Monarquia tem pouca chance de voltar a se instalar, no Brasil. Mas esta não é a questão. Símbolo é símbolo. Vale pela mensagem de que é portador.
No entanto, considero que os membros da família real presumíveis herdeiros do trono, deveriam levantar no Brasil o seu Status de Príncipes ou de Princesas, e se apresentarem, socialmente, como tal. Que os membros mais destacados da Família Real busquem uma formação sólida, consistente, muito brasileira e universalista. Afinal, os Monarquistas são cidadãos com todos os direitos e liberdade de se manifestar como os demais cidadãos. Ninguém pode negar, se respeitarem as leis vigentes.
Que escolham e defendam  algumas “bandeiras” de grande destaque social, sem mesquinhez e sem arrogância, e as defendam e propaguem.
Que estudem nas melhores escolas e que tenham tutores de grande destaque.
Que se imbuam das ideias mais sólidas de D. Pedro II, o Rei Filósofo,  e de sua Família, e de seus feitos e de sua sabedoria.
Que saibam lutar com discernimento pela identidade  e pelo desenvolvimento do Brasil.
Que conheçam o Brasil, em todos os seus valores e problemas.

Que os Monarquistas, sem pretensões inúteis, saibam projetar socialmente as imagens monárquicas. Que saibam, sobretudo descartar ou superar uma montanha de preconceitos e infâmias que certos grupos de pressão jogaram sobre a fase monárquica da História do Brasil e do Brasil Império.
Que carreguem a imagem do Brasil, pelo mundo afora. Que tenham algo sólido e consistente a dizer, nos grandes momentos da vida da nação. Que não se escondam, antes se destaquem na vida da nação, sem polêmicas balofas. Que tenham um gabinete de pensadores, para criar ideias.
O Brasil não é monarquista, ou melhor, os monarquistas brasileiros vivem um tanto quanto escondidos, pelos estigmas preconceituosos que sobre eles lançaram, e também sobre o período monárquico, apesar da grandeza de caráter e de realizações que enobrecem D. Pedro I e D. Pedro II, o Imperador sábio, a Princesa Isabel e outros membros da Família Real.

Já estão de volta estudos sérios sobre o Brasil Monárquico.
Eu pessoalmente, não sou Monarquista. Sou um democrata sem fronteiras. Mas isso não me impede de, como a maioria dos brasileiros, ter profunda veneração pela fase monárquica de nossa História e de sugerir  que, por justiça e para honra da nação, se dê a Monarquia o destaque que merece, por seus próprios méritos.
Os membros da Família Real do Brasil deveriam ter formação intelectual, cívica e moral de primeira linha.
Deveriam ter tutor especial que os ajudasse a adquirir conhecimentos amplos, caráter e sabedoria, como convém aos sucessores de D. Pedro II. Que formem pessoas de caráter forte e ilibado, sem vaidades nem arrogâncias mesquinhas.

Ao mesmo tempo, deveriam conquistar espaço na sociedade contemporânea, nos eventos de destaque sócio-cultural.
Deveriam saber marcar presença, por seu caráter, conhecimento e visão sem limites, como vem fazendo a Família Real em Portugal e como faz, com mais sagacidade a Família Real da Espanha.
A nossa República precisa da presença da Família Real, ainda que seja apenas como um símbolo de nobreza e de sabedoria e mensageira de valores perenes.

Em 2005, como Diretor de uma Grande Faculdade, com status de Universidade, na área da Grande São Paulo, convidei Dom Bertrand de Orleans e Bragança, para dar uma conferência, durante um evento internacional que se realizou naquela Faculdade.
Dom Bertrand falou desembaraçadamente sobre o espírito de nosso tempo e da auspiciosa atuação da Monarquia no Brasil. Foi euforicamente aplaudido pela platéia  que lotava o auditório da Faculdade.
Todos se mostraram impressionados com as revelações de D. Bertrand, a que não tinham tido acesso. Sentimo-nos honrados,  pela visão e altos conhecimentos do ilustre membro da Família Real do Brasil.

Os representantes da Família Real do Brasil deveriam ter condições de levar sua mensagem de um humanismo multidimensional consolidador, do caráter brasileiro, pelos quatro cantos do país e no exterior, inclusive com financiamento público federal, como é facultado a todos os partidos e a muitas ONGs, como algo de mais alto interesse nacional, sem ser subjugado ao poder central.
Que os monarquistas saibam desenvolver um projeto bem lúcido e plural, para incrementar algo do gênero que aqui propomos;
Com isto, o Brasil, só teria a ganhar.


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