terça-feira, 16 de junho de 2009

UM PORTUGAL SEM FRONTEIRAS

6. UM PORTUGAL SEM FRONTEIRAS


1. Além fronteira há um Portugal que Portugal desconhece. Este é o PORTUGAL TOTAL.
Senhores, era deste Portugal eficiente, competente, orgulhoso e altivo que queria falar-lhes e chamar-lhes a atenção.
Os detratores existem em Portugal e em todos os países do mundo. “Que a terra lhes seja leve”. Eles passam e o país permanece. Desfalcado mas permanece.
Nós lutamos por um Portugal multiplicado e não queremos Portugal desfalcado.

As dimensões da nossa Pátria estão traçadas pelo genial Fernando Pessoa:
“Minha Pátria é a Língua Portuguesa”.
Mas a vida, neste país nunca foi tão precária, tão inconsistente. É preciso retomar os rumos do país. Cada um que faça a sua parte.

2. Caros Amigos: Estudem, estudem, estudem.
Vocês verão que Portugal, apesar de tudo e de muitos, é um dos países do mundo que mais tem de que se orgulhar.
Mas precisamos tirar nossa educação dos maus presságios que a cercam, como uma das mais ineficientes de toda a Europa. Que pena! Portugal merece algo muito melhor.
Só então poderá ser descartado todo esse entulho autoritário e obscurantista e preparar-se para fazer o Portugal forte que a Nação sempre sonhou. Um Portugal sem perseguidores e sem perseguidos. Um Portugal de cabeça erguida, com a glória que conquistou na história.
Então todos olharão para essa terra, e dirão com orgulho: Este é um país de todos. A todos respeita.
Este é o MEU PAÍS.

Nota: Este trabalho foi elaborado como contraponto a uma crônica de Henrique Raposo, publicada em Diário Português sob o título: “TRÊS PORTUGAIS”.


Para saber mais:
www.portaldalusofonia.com.br/poderpolitico.html
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domingo, 14 de junho de 2009

RESTAURAÇÃO DA FORÇA DE PORTUGAL

5. RESTAURAÇÃO DA FORÇA DE PORTUGAL


1. Senhores, tirem essa máscara perturbadora e narcotizante. Olhem o Portugal real e não a fantasia cor-de-rosa que alguns lhes impingiram.
Descubram o Portugal real que é muito mais do que alguns pensam.
Descubram o Portugal internacional; o Portugal heróico, criativo, ousado;
A Pátria Mãe de tantos povos e de tantas nações; os heróis dos mares, heróis da civilização;
Descubram o Portugal da Lusofonia.
Restaurem a honra e o orgulho de sua Pátria.
Devolvam a Portugal o que é de Portugal: a honra e a glória, no concerto das nações.
Esqueçam todos os “Gepetos” da vida, fabricantes de Pinóquios, de um mundo irreal.
Esqueçam os duendes que perturbam a vida da nação.
Descubram a universalidade da lusofonia e sua força estupenda.
Redescubram nossa grande cultura; Camões, Pessoa, Vieira, Agostinho da Silva e tantos mais.
Redescubram a pátria de Afonso Henriques, do Infante D. Henrique, de Antero de Quental, de Alexandre Herculano, de Eça de Queirós, do Dr. Egas Moniz, de Vasco da Gama e de uma infinidade de grandes heróis

2. Lutemos para recuperar a honra de nossa educação, com sua competência e sua capacidade de agir para o progresso da sociedade em que vivem.
Por toda a parte os portugueses atuam em todos os setores da atividade humana, dos mais altos aos mais baixos da escala social, sempre dedicados e competentes. Com exceções, é claro
Os portugueses que retornam, ainda trazem belas memórias culturais que os que ficaram vão perdendo. Muitas vezes o Portugal Real está na diáspora. Não foi, ainda, adulterado por certos modismos transitórios.

Portugal deu cérebros brilhantes a todos os países do globo e parece que ficou desfalcado (?!) Portugal está sendo depredado pela nefasta propaganda de alguns que só vêem as falhas, que também existem..

3. Os portugueses, por toda a parte, atuam com honra, competência, eficiência e dedicação. Claro, com as naturais exceções de sempre. Mas os “malandros”, em Portugal ou em qualquer parte do globo, não contam na história. São a escória, que também existe, por toda a parte.
Mas, senhores, afinal o que é “atraso”. Esse, certamente é um conceito de muitas faces. Certamente nem todos concordariam com o conceito do Sr. Raposo. É que “atraso” real é a falta de educação, a falta de caráter, a falta de brio e de honradez. Afinal, quem são os atrasados?
Hoje, as pessoas, em vésperas de eleições, estão estressadas. Este, assunto tão corriqueiro, como qualquer outro, já está dando muita pancadaria. Pois que assim seja.

sábado, 13 de junho de 2009

UM PORTUGAL VILIPENDIADO

4. UM PORTUGAL VILIPENDIADO, MUTILADO


1. A contrário dos imigrantes, muitos dos portugueses da Metrópole, contaminados pelo Vírus25, aprenderam a ser dependentes, resmungões e burlões, pelas péssimas condições em que o Vintecinquismo os deixou, enleados em promessas vãs, perdidos num espaço mental vazio, num espelho sem fundo.
Não podemos negar alguns valores, no pessoal do “25”. Falamos apenas dos que vivem à sombra do movimento para tirar proveito próprio.
Ainda bem que, de repente caiu o encanto, raiou um pouco de liberdade e as pessoas já podem olhar a história de Portugal, anterior ao marco 25, onde constava que tudo começara.
É que o Vintecinquismo ensinou o desamor a Portugal e a seu povo. Tirou de sua gente a auto-estima, a ousadia e a alegria de viver. Isto precisa mudar. Nossos políticos precisam ser estadistas. O País em primeiro lugar.
Os interesses do povo não podem continuar a ser usurpados nas mesas de negociações da Europa, sem defensores, apenas com entreguistas acomodados.

2. Não censuro o Sr. Raposo, nem outros de sua era. Há outros que pensam como ele.
Eles são vítimas de uma anômala situação do país, sequestrado por gente que há trinta e cinco anos tomou o poder, prometendo paz, pão e liberdade e apenas se locupletou e vendeu a honra e a alma da nação.
Quase sucateou a educação, a indústria, a cultura, a agricultura e a política. Deixou o País quase exangue, como se fossem apátridas desalmados de procedência incógnita. Ou uma horda de selvagens de terno e gravata. Falta-lhes visão estratégica?!
Essa gente semeou ódios, descontentamentos e desencanto na cabeça dos jovens. Encheu sua mente de antipatias. Fez o país tutelado pela Europa, quase perdendo a soberania.
Precisamos saber defender a honra ferida de Portugal e dos imigrantes.

3. A “geração 25”, isto é, aqueles iludidos, (como os selvagens) pelas novidades vistosas, e até pelos produtos precários (alguns) que vêem do Oriente e destruíram muitas de nossas indústrias, até o artesanato, a agricultura e a educação...
Esta geração foi muito prejudicada. Aprendeu, estupefata, que hoje o português não é mais português: é Europeu (?!)
Mas europeu não é marca de cidadania. Será que o sonho de alguns “Vintecinquista” é ser apátrida.
Enfim, parece que quiseram impor aos jovens a vergonha de serem portugueses. É que assim, poderiam, tranquilos, dilapidar o país que já não existe(!) É Europa(?!)
Na Europa, ou somos portugueses, ou franceses, ou ingleses, ou italianos, ou espanhóis, ou alemães, etc, ou não somos nada. Europeu não é cidadania.
É hora de mudar o rumo e dizer com orgulho: somos portugueses, sim senhor!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

PORTUGAL PELO MUNDO MULTIPLICADO

3. PORTUGAL PELO MUNDO MULTIPLICADO


1. O Portugal real vive vibrante no BRASIL, a obra máxima dos portugueses, em todos os tempos, embora muitos não saibam disso. Gilberto Freire fala do Brasil, o Mundo que o Português criou.
Muitos nem imaginam a grandiosidade da obra dos portugueses, neste país imenso, de 195 milhões de habitantes, onde, há séculos, eles deixaram marcas fantásticas, em todos os setores da vida social e econômica, espiritual, ecológica e territorial. Essa atuação múltipla está presente ainda, hoje, neste imenso território do Brasil, de Norte a Sul e de Leste a Oeste.
Os portugueses somaram forças solidários, com gente de toda a parte: espanhóis, ingleses, franceses, alemães, italianos, etc, etc, e com índios e negros, com quem criaram uma nação miscigenada, multirracial e pacífica.
Aqui os Portugueses construíram muitos PORTUGAL, numa nova e miscigenada articulação, com nova configuração. Fizeram obra de gigantes. O Brasil é uma criação inovadora, com identidade própria.
Camões, se tivesse vivido, teria escrito mais um grande poema épico.
O Brasil teve mais sorte do que os EUA. O Brasil tem as dimensões que Portugal lhe legou; os EUA precisaram negociar e conquistar terras alheias...

2. Os portugueses e seus descendentes têm atuação destacada e honrosa por todo o globo, onde deixaram e deixam ainda hoje, as marcas de sua ousadia, de sua criatividade, de sua estratégia empresarial, de sua força intelectual e de sua capacidade de realização, em todos os setores da vida.
Nesta tarefa insana, nem tudo são flores. Mas o país não tem nada do que deva se penitenciar, a não ser da traição de alguns faltos de visão estratégica e de ética.

Senhores, dêem um passeio mental por todo o globo. Olhem com olhos de ver. Estudem. Pesquisem. Conheçam a História. Ouçam o povo... sem complexos inúteis...;
Do Brasil vão para todos os Países da América Latina e Caribe. Passem pelos Estados Unidos, México e Canadá; vão até o Japão, China, Índia, Indonésia, Austrália e todos os países da Ásia e da Oceania;
Vão por toda a África, de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Voltem à sua Europa, à França, à Itália, a Malta, à Alemanha, etc, etc e vejam que por toda a parte estão marcas seculares honrosas dos portugueses e seus descendentes.
Tomás Moro, inglês, quando escreveu a sua célebre UTOPIA, colocou como personagem principal, um português. Isto terá algum significado?

3. Em toda a parte, ainda hoje, estão ativos os portugueses,
mostrando sua capacidade, sua competência e sua ousadia incansável. Serão somente os anteriores ao vinte e cinco? Não acredito.
Portugal, hoje tem gente genial, como sempre teve. Gente que faz o seu trabalho, apesar das condições adversas.
Onde está um português que trabalha, ama e se alegra, aí está PORTUGAL.
Portugal é um país multiplicado pelo mundo.
Efetivamente os imigrantes portugueses e seus filhos têm muito porque se honrar da terra em que nasceram e de seus pais que os criaram. Os Portugueses, por tradição, ainda provêm do mundo rural e alguns apenas são de poucas letras. São honrados, altivos e realizadores.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

PORTUGAL DE TODOS, E SEUS DETRATORES

2. PORTUGAL DE TODOS, E SEUS DETRATORES


1. Senhores, despertem desse sono mórbido que parece deixá-los sedados, narcotizados, por uma certa e maciça propaganda enganosa, que sorrateiramente implanta seus cânones massificantes.
Essas pessoas simples que alguns rejeitam e agridem com desdém, são heróis da humanidade, embora talvez heróis anônimos. São pessoas simples que sabem viver e amar melhor do que... certos arrogantes... São pessoas que carregam consigo a alma portuguesa genuína, alegre e fagueira, que ainda sabem cantar as nossas canções. Muitos talvez não tenham as mãos macias como certas pessoas, nem sinecuras de altos salários. Mas tem alma, honra e amor para dar.
É gente honesta, trabalhadora, solidária e ousada, que ganha o pão com o suor do próprio rosto e sabe amar a vida e os seus. Certamente são pessoas mais capazes de ser felizes do que muitos que deles desdenham.
É gente que ama a terra que os viu nascer e lhes deu ousadia. A mesma terra que alguns trocam por uma Europa sem rosto...(Porque a EUROPA tem o rosto dos países que a compõem. Antes de sermos europeus, somos portugueses...)
É gente que não se acovarda e não vive nas costas dos cofres públicos, dilapidando a nação e desperdiçando o dinheiro que eles, esses anônimos(?!) imigrantes, mandaram para o seu país.
Para muitos eles são “anônimos”; mas eles têm um nome e honra; têm família e filhos que certamente honrarão seu nome e o nome de seu país de que alguns só sabem desdenhar e desonrar.
A pátria, para eles é algo palpável, que aprenderam a amar, porque são cidadãos do mundo. O mundo deles não é uma abstração literária; começa na terra onde nasceram. Têm os pés fincados em concreto espaço geográfico e se multiplica pelo mundo.

2. Despertai Senhores, despertai dessa letargia incômoda.
O Portugal real, total, é um país sem fronteiras.
Sim, é muito maior do que o Portugal dos burocratas que só conhecem e só lhes interessa a própria comodidade, sempre a resmungar. Nunca se contentam, mas nada fazem por merecer.

O Portugal real, vive também nesse destacado retângulo da Península Ibérica, que já foi o Jardim da Europa, à beira mar plantado, onde alguns o humilham e maltratam e o traem, mas não o servem. Apenas procuram benesses oficiais. Não procuram o BEM do seu país, mas apenas os bens que dele podem sugar. São os mercenários, de triste memória, que por toda a parte vicejam

3. Os portugueses legítimos querem apenas o que é deles: o que conquistaram com seus méritos, com seu próprio suor. Sabem e usam as palavras mágicas da convivência: por favor, com licença; desculpe; muito obrigado. O dicionário dos modernosos não tem essas palavras. Entraram em desuso há mais de 30 anos.
Portugal tem problemas, como todos os países têm, mas luta para superá-los. Quem achar que Portugal é o país do atraso não conhece o mundo.
O atraso vai tomando corpo, quase sem oposição, de 30 anos para cá.
Portugal vai se esfacelando, num sonho consumista - “um sonho d’alma, ledo e cego, que a fortuna não deixa durar muito”. Mas esse tempo vai passar.
Não denunciamos o vinte e cinco, mas repelimos o atraso, ainda que mascarado. A questão não está no 25. Está nas pessoas que dele se aproveitam. Aliás, esta é uma “praga” que invade uma parte significativa da “civilização” ocidental, independentemente de partidos ou de governos...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um Portugal Multiplicado

UM PORTUGAL MULTIPLICADO
NAS FRONTEIRAS DO MUNDO
(Réplica a uma Crônica Equivocada II)

J.JORGE PERALTA


1. O PORTUGAL REAL E O PORTUGAL DA PEQUENEZ


1. Portugal é imensamente maior do que alguns, que se dizem “modernos”, conseguem ver. Parece que alguns dessa geração, que já fez 35 anos, adquiriram alguma miopia intelectual: não conseguem enxergar além das “portas” de sua cidade. Outros não vêem nada além da porta do próprio carro.
Senhores da “geração 25”, escutem um apelo do Portugal Real, a voz da nação:
O Portugal Real está espalhado pelos quatro cantos do mundo, trabalhando em todos os setores da atividade humana. Os portugueses assumem, desde os empregados mais triviais até as grandes Cátedras nas grandes Universidades e centros de pesquisa do mundo, passando pelos criativos inventores, escritores, advogados, administradores e empresários. Todos contribuem para o progresso e bem-estar da sociedade e da humanidade, com seu trabalho competente.
Muitos estudam, fazem pós-graduação, são Mestres e Doutores. São profissionais.
Reparem que há muita vida inteligente além e aquém fronteiras. Deixem de olhar somente para a pequenez. Portugal não termina no final de sua rua... E nem na barra do Tejo, nem nas fronteiras da Espanha.

2. Milhares e milhares de cidadãos portugueses ocupam cargos de alta relevância e se destacam, pelo mundo afora. Como professores, advogados, médicos, cientistas da comunicação, pesquisadores de todas as áreas do conhecimento; como comunicadores da imprensa falada, escrita e televisiva; como ambientalistas; como engenheiros e arquitetos; como artistas, etc, etc. todos cumprem o seu dever e desempenham o seu papel neste Teatro do Mundo.
Srs. Isto não é o Sonho Americano. É sonho muito português. Não é dos últimos 40 anos. É dos últimos 80 anos, ou de sempre.
Os portugueses de sempre aprenderam a superar-se, a superar as próprias carências. Estão presentes em todo o mundo, que também ajudaram a construir. A qualidade deste povo é tal que Camões duvidava “se seria melhor ser do mundo rei se de tal gente”.

3. Senhores, Portugal é muito maior do que alguns pensam. É muito maior do que pode alcançar o parco conhecimento e a visão de alguns, que, por complexo constrangedor, se consideram além do bem e do mal..
Parece que a nossa educação está mesmo precária, em alguns lugares. Mas no Brasil, infelizmente não está melhor... As pessoas desaprendem de ser gente... Perdem o orgulho de ser alguém...
Para muitos, Portugal é o modernoso, fantasioso, artificial, sem alma, apenas usufruindo de uma tecnologia avançada e importada, que o país não criou e nem produziu: carros importados, roupa de marca, uns óculos escuros, para ir à praia, enfim só “perfumaria”. Os óculos escuros são também para não ver os patrícios que no meio do ano retornam à própria terra que ajudaram a desenvolver, com as remessas e construção de novas habitações que aí deixam. (Ao menos é o que revela a conhecida e lastimável crônica).

Nota: Neste texto, “modernos”, “geração 25” ou é o modo como designamos algumas pessoas de porte arrogante e de pouco estudo, empolados, fúteis, seguidores fiéis dos cânones da propaganda de certa política vigente. Correspondem quase ao que há tempos, a imprensa brasileira chamava “Ricardão”.
“Geração 25”, com outros nomes, existe em todos os países da civilização ocidental: uma espécie de “Geração meio Perdida”, sem rosto, cuja ideologia atinge uma parte considerável da juventude atual.
As marcas dessa “geração 25” quase independem de nações ou de partidos políticos. Os partidos no poder não podem ser responsabilizados por todas as mazelas da sociedade, da qual eles mesmos são tributários.

4. Deixo aqui consignado o meu pensamento, em questões políticas: Penso e analiso pontos cruciais, evitando posicionamentos partidários. Penso apartidariamente. Profissionalmente sou cientista da linguagem, o que não me impede de errar em questões práticas. Aqui todos podemos errar...
Aliás deixo claro que tenho bons amigos que militam em diversos partidos. Penso que a nação é de todos, e todos merecem respeito, ainda quando, com lealdade, possamos discordar de suas posições.
www.portaldalusofonia.com.br/poderpolitico.html
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terça-feira, 9 de junho de 2009

PORTUGAL DE ALÉM FRONTEIRAS
Réplica a uma crônica equivocada


J.Jorge Peralta


UMA CONTROVÉRSIA QUE ABRE CAMINHOS


1. Após ler uma crônica, bem elaborada, literariamente criativa, assinada por H. Raposo, sob o título “TRÊS PORTUGAIS”, fiquei preocupado com a linha persecutória e discriminatória, com certo tom beirando o fascismo, que o autor veiculou na imprensa. (Citação no final).
Se o texto fosse publicado no Brasil, contra negros, judeus, ou qualquer outra comunidade, também contra portugueses, talvez fosse enquadrado como racismo, como discriminação e punido como crime inafiançável.

2. O Sr. Raposo que me desculpe mas deveria ser convidado a assinar um “Termo de Ajustamento de Conduta”, ao menos mentalmente, e pedir desculpa aos emigrantes de sua terra, por sua ofensa explícita. Aliás, acho que deve tomar essa atitude por vontade própria, pois, claramente, é uma pessoa preparada. Apenas teve uma incontinência verbal. Acontece.
Pedir desculpas, quando a gente erra, é atitude cidadã.
Como o texto é público, tomo a liberdade de criticá-lo publicamente, dentro do contexto nacional, a partir da forma como vejo a situação.

3. Aproveito a oportunidade para fazer uma reflexão mais abrangente sobre Portugal de Além Fronteiras, espalhado pelos cinco continentes, e seu grande potencial.
Não temos dois ou “três Portugais”. Os portugueses do Continente e Ilhas e os emigrantes até a 3ª Geração, formam um único Portugal: o Portugal Continental, Insular e da Diáspora. O que sair deste quadro é discriminação. As fronteiras morais são mais ofensivas do que as muralhas físicas. A Constituição não condiciona a cidadania à conta bancária de ninguém.
Portugal é uma Nação Una e Indivisível. A Lei é a igualdade, sem discriminação. Os “poderosos” de plantão não são os donos da nação, nem do planeta.

Os humanos nascem todos iguais, potencialmente, independentemente da condição econômica da família. O que os diferencia é a educação e as oportunidades que a vida lhes oferece. Somos todos iguais no nascimento mas diferentes na fortuna.
Assim sendo, não receio em afirmar que, muitos dos portugueses que saem têm mais oportunidades do que os que ficam. Por isso, entre os que saíram, os emigrantes, proporcionalmente temos muitas pessoas de mais sucesso do que as que ficaram. Até melhor preparadas. (Conteste quem puder).
O mundo e a vida não são lineares, como o Sr. Raposo parece pensar, na crônica.

4. Devo dizer enfaticamente: emigrar é honra e não desonra, como o articulista sugere.
Inúmeros homens, na história recente, nasceram em famílias rurais e se projetaram em grandes missões. O mundo, até 50 anos atrás, era predominantemente rural. E o mundo rural é fantástico. Ou não é?
O Presidente Obama, dos EUA, é de origem rural. E os nossos?
Em Portugal não é diferente; apenas alguns se mascaram.
Enfim, a maior riqueza dos humanos é a educação e o caráter e não os bens herdados da família ou amealhados, ou a nossa conta bancária.
Quem vive na “cidade” não tem direito de desdenhar de quem procede do mundo rural, que era a realidade de 95% de nossos antepassados recentes, em Portugal e em todo o mundo civilizado. As pessoas conscientes e socialmente competentes, consideram isto uma vantagem.
As pessoas “da cidade” certamente não são mais felizes, nem têm mais saúde e bem-estar do que as pessoas do mundo rural. A civilização do asfalto é uma grande sedução e uma grande ilusão (Questão discutível, não é?). Precisamos rever nossos mitos e nossos complexos.
Muitos políticos, em vez de apoiarem o mundo rural, dele afastaram as pessoas, deixando os campos ao abandono. Uma visão distorcida de uma sociedade complexa...
Precisamos reconsiderar nossos conceitos e preconceitos em relação ao moderno progresso tecnológico, do qual também não podemos desdenhar. É uma realidade a ser integrada em nossas vidas. Numa sociedade livre e de bem-estar cada ocupação e cada recurso tem o seu lugar a ser respeitado e articulado, para que o corpo social não seja deformado.

Para mais considerações, leia também
http://tribunatropical.blogspot.com/2009/06/um-portugal-multiplicado.html
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[Texto do senhor Raposo - Clique]
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domingo, 7 de junho de 2009

Conclusão

CONCLUSÃO:


1. Meu testemunho é leal; Esse Acordo Ortográfico é o melhor possível Não é perfeito, lógico. Nem podia ser, pois teve de contentar gregos e troianos. É sempre assim.
Digo-lhes que considero uma afronta quase infantil, ao menos é preconceituosa, em relação ao Brasil, as acusações mil vezes repetidas.
Não fica bem para os portugueses essa disputa descabida.
O Brasil vai ser sempre BRASIL, ao menos em potencial. Um País de 195 milhões de habitantes, com muita gente boa.

2. Com estes termos esclareço que não concordo com o artigo referido na crítica citada acima: “O Conceito da Língua Portuguesa no Brasil”, de autor do Rio de Janeiro. Desculpem mas é todo ele alicerçado em preconceitos que não são admissíveis. Muita emoção, sem base científica. É muita fumaça sem fogo nem calor. Não podemos fazer isto. Não fica bem. Falar genericamente de “presunção de pseudos-intelectuais” é descabido. É presunção. Desmerece as pessoas sérias.
Prometo voltar ao assunto ampliando o que acabo de dizer sobre o artigo referido.

Não quero entrar em polêmicas, mas em vez da frase citada: “Deus salve a Língua Portuguesa”, eu diria: Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem.
Desculpe, mas este é efetivamente um assunto para especialistas. Não quer dizer que outros não possam se manifestar. Democraticamente devemos ser responsáveis , atendendo à justiça e ao bem-comum.

Leia mais:
“Acordo Ortográfico – Uma Grande Conquista da Lusofonia”.
http://tribunatropical.blogspot.com/2009/08/acordo-ortografico-i

sábado, 6 de junho de 2009

Polêmica na Internet

V- POLÊMICA NA “INTERNET”



1. Disse atrás que se nota, em alguns argumentos, reiteradas atitudes de preconceito insustentáveis, e fruto de lastimável desinformação.

Cito apenas um fato, entre inúmeros que já presenciei, na Imprensa e na Internet

No dia 19 deste mês, foi publicado um texto de minha autoria, em um blogue (Nova Águia) sob o tema: “Joaquim Nabuco, outro gigante da Lusofonia”. Um leitor aproveitou o gancho para malhar a Academia Brasileira e Letras e o ACORDO ORTOGRÁFICO.
A intervenção do leitor já teve resposta fraternal, nos termos adequados, de dois professores, com as explicações suficientes do referido contestador.

2. Resta-me dizer algumas palavras a crítica aos “velhinhos do Restelo” da Academia Brasileira de Letras. Esta agressão genérica à Academia, não é justa.
Esta é uma instituição com a qual podemos discordar, como de tudo que é humano, mas não podemos deixar de reconhecer que lá se abrigam pessoas de alto mérito. As pessoas que fizeram parte da comissão de redação do Acordo são pessoas que dedicaram suas vidas à Língua Portuguesa. Entre essas destacamos os profs. Antonio Houaiss e Evanildo Bechara que têm uma gama respeitável de trabalhos sobre nossa língua comum. Só quem não conhece o trabalho destes homens pode atirar-lhes pedras.
Dizer que querem nos impor a forma brasileira de escrever é uma acusação insensata e gratuita.
A partir da década de 40 a nossa Norma Ortográfica ficou para trás e agora ficamos juntos.
O Acordo foi elaborado e aprovado pelas duas Academias: de Lisboa e do Rio. Foram aprovadas nos dois Parlamentos (1991 e 1995). Foram promulgadas pelos dois presidentes. Que mais queremos? Passaremos a vida chorando como carpideiras e lastimando, chamando de desastre, de desacordo?!
Ah! Esse cacoete insustentável, que mina alguns das novas gerações, precisa ser superado...
Até quando Portugal suportará o mau humor de alguns patrícios?
De que lado do Atlântico estão, afinal os velhinhos do Restelo?
Afinal, o desastre é se os portugueses conseguirem rejeitar a implantação do Acordo, o que acho impossível, estratégica e moralmente.

3. Senhores, os preconceitos contra o português do Brasil são absurdos.
Dou-lhes meu testemunho de quem vive aqui há 53 anos, é da Área de Linguística e Semiótica pela mais produtiva Universidade do mundo Lusófono, a USP. Minha tese de Doutorado foi sobre a múltipla linguagem de Fernando Pessoa. Sou professor aposentado da mesma USP. Por outro lado, mantenho relações permanentes em Portugal, onde vou uma ou duas vezes por ano.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Força da Razão Vence a Desinformação

IV- A FORÇA DA RAZÃO VENCE A FORÇA DA DESINFORMAÇÃO

1. A oposição que vem se articulando em Portugal, contra a implantação do Acordo Ortográfico, é, para mim, causa de alguma apreensão, pois se baseia, claramente, em reiteradas atitudes preconceituosas, insustentáveis e indignas das pessoas que as repetem, por falta de informações adequadas.
Não seria o primeiro Acordo a ser engavetado pelo preconceito... produzindo efeitos contrários aos esperados e danosos à nação.
A oposição, em si, é sempre sadia, se for de base científica, socialmente válida e responsável e oportuna, respeitando as regras democráticas e o bem da nação.
As pessoas sempre reagem contra o desconhecido, que altera sua rotina sem conseguir vislumbrar vantagens reais. Então que procurem se esclarecer. Os gestores de opinião devem se informar bem antes de opinar.
O Novo Acordo Ortográfico não é propriamente uma questão popular mas de nível de estadistas.

2. Permitam-me relatar dois exemplos paradigmáticos conhecidos:
2.1) Em São Paulo foi implantada e entrou em vigor, em Agosto/09, a lei ANTI-FUMO. Houve uma reação estrondosa, em todos os meios de comunicação social. Hoje, as estatísticas demonstram que mais de 80% da sociedade aplaude a nova lei. Logo, serão mais de 90% aprovando.
Democraticamente, 10 a 20% sempre serão contra, sejam quais forem os motivos. Há sempre motivos.

Entretanto a LEI ANTI-FUMO é uma medida de saneamento altamente benéfica para a saúde da população. Diz-se: há outras fontes poluidoras mais graves, como a qualidade da gasolina que queima nos motores de nossos automóveis... Todos sabemos disso. Pois que se resolva mais este problema, sem esquecer a questão em pauta.

2.2) No início do Século XX, o nosso benemérito cientista, Oswaldo Cruz, médico sanitarista, dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro, e decretou a vacinação obrigatória de toda a população, provocando rumorosa rebelião do povo e da Escola Militar, contra o que consideraram uma invasão da vida doméstica e uma vacinação forçada. Ficou conhecida como REVOLTA DA VACINA. Oswaldo Cruz foi constrangido, humilhado...
A campanha não retrocedeu. Prosseguiu. Foi vitoriosa e deu o resultado esperado. Todos festejaram, agradecidos. Oswaldo Cruz, de repressor do povo virou herói nacional, premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, em 1907.
Oswaldo Cruz teve êxito porque foi competente e persistente e teve o apoio firme de políticos, de porte de Estadistas. Souberam pensar mais na saúde da população do que na próxima eleição.

3. Os exemplos se repetem na história, para demonstrar que os melhores projetos sempre terão a oposição, até daqueles a quem mais vêm beneficiar.
Voltemos à questão da reação contra a implantação do ACORDO ORTOGRÁFICO.
Para implantar leis com forte reação oposta e articulada, é preciso coragem, competência e persistência e o apoio firme de homens que, ao menos nessa questão, assumam porte de estadista, pensando mais no bem das próximas gerações, do que nos bens das próximas eleições. Portugal terá esses homens? Que façam um esforço, ao menos nesta questão candente.